Publicado em 06/04/2022 às 9h50
por Redação/via Estadão
Ter bem pertinho de você uma estação de metrô é um verdadeiro facilitador de vida (e os piritubanos sabem muito bem como é não ter acesso a essa maravilha). Mas conviver com as estações sendo escavadas e construídas é uma outra realidade, bem mais amarga.
Perdizes
Essa experiência virou cotidiana para os moradores de Perdizes e Pompeia desde que as obras da Linha 6-Laranja foram retomadas no ano passado, após quatro anos de paralisação. Agora, em vez do silêncio dos canteiros vazios, a vizinhança convive com ruídos ao longo do dia e também durante a noite. Em Perdizes, as obras estão a todo vapor na Rua Cardoso de Almeida, onde será construída a futura Estação PUC. Como são três turnos de trabalho, o vaivém no canteiro de obras tem sido constante – 24 horas por dia, interferindo no sono dos moradores. Para se ter ideia, um dos vizinhos entrou com pedido no Ministério Público para investigar a perturbação sonora no local, e os moradores ainda foi organizaram um abaixo-assinado solicitando o fim do terceiro turno.
Barulho e dessossego
Outra vizinha da obra, uma jovem de 31 anos, decidiu deixar o próprio apartamento devido à perturbação diária. O estresse tem prejudicado a sua saúde. No auge do cansaço, ela chegou a comprar um medidor de decibéis para medir o ruído e o resultado foi impressionante: 70dB à noite. O mesmo dessossego é vivido por quem mora próximo à futura Estação Sesc-Pompeia: barulho ao longo do dia e durante a madrugada. A solução para alguns moradores tem sido passar o dia com fone de ouvido e dormir com tampão para minimizar os ruídos externos. Ainda vale fechar as janelas à noite, mas nem sempre o calor permite.
Diante das reclamações, a Linha Universidade, concessionária responsável pelas obras, ressalta que cumpre a regulamentação referente aos níveis de emissão sonora. Além disso, também são adotadas medidas mitigadoras como manutenção periódica dos equipamentos, atenuação do sinal sonoro dos caminhões e guindastes e instalação de barreira acústica. Quanto ao terceiro turno, o da madrugada, a concessionária ressalta que é essencial para as obras da linha. Já a Secretaria de Transportes Metropolitanos destaque que a concessionária deve “informar antecipadamente aos moradores do entorno sobre a possibilidade de ruído próximo canteiros e adotar medidas mitigadoras”.
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