REGIONAL

Do Pico às Cavas de Ouro: Jaraguá celebra 131 anos com muita história para contar

Publicado em 03/10/2022 às 9h30

por Redação

Do alto do famoso Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade, o visitante tem uma vista privilegiada da capital paulista, um vislumbre inesquecível da nossa cidade de São Paulo. O bairro, que celebrou seu 131º aniversário no último sábado, 1º de outubro (sim, apesar de algumas confusões, tudo teria começado em 1891), é lembrado pelo paulistano por abrigar esse imponente mirante, que fica a 1.135 metros do nível do mar. Não tem quem não se impressione com o Pico do Jaraguá, mas a sua rica história também merece todo o destaque. E a FN não poderia deixar de prestar uma homenagem ao bairro que, além de reduto verde, abriga em sua terra raízes ancestrais. Parabéns, Jaraguá! E você, leitor, tem muita história para contar sobre o bairro?

Pico do Jaraguá. Foto: Reprodução/Pétala Lopes/Folhapress

O Senhor dos Vales

A palavra “Jaraguá” vem do tupi e significa “Senhor dos Vales”. Esta característica tem tudo a ver com a imponência do Pico, que fica dentro do Parque Estadual do Jaraguá. A área verde, por sua vez, abriga um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica da região metropolitana, totalizando 492 hectares de áreas de conservação. Em suas trilhas, é possível observar espécies nativas de flora e fauna, como ipês-amarelos, paus-d’alho, paineiras, palmitos-juçara, macacos-prego, tucanos, bichos-preguiça e até pica-paus.

Trilhado Silêncio no Parque do Jaraguá. Foto: Reprodução/Acervo Fundação Florestal

Antiga fazenda do ciclo do ouro, a área foi adquirida pelo governo estadual em 1940 e transformada em parque estadual em 1961, com o objetivo de proteger os recursos naturais da região, incentivar a pesquisa e promover a educação ambiental. Em 1994, foi considerado pela UNESCO um Patrimônio da Humanidade, integrante da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo. Além da sua natureza exuberante, o Jaraguá abriga em seu território representantes da cultura guarani. Há seis aldeias indígenas vivendo na TI Jaraguá: Tekoa Pyau, Itakupe, Yvy Porã, Ita Endy, Ita Vera e Tekoa Ytu, totalizando 719 pessoas.

Exposição “mulheres indígenas”. Foto: Reprodução/Jonathan Muniz

Debaixo da terra

Já no subsolo do bairro se esconde um importante patrimônio histórico paulistano: as Cavas de Ouro do Jaraguá –  quatro antigas escavações de mineração, cobertas pela vegetação, que ostentam grande valor educacional e turístico para a cidade. As Cavas estão relacionadas ao período de exploração de ouro na história do país, sendo um resquício daquela época.

Gravura de John Mawe, que data de 1812, retrata as Minas do Jaraguá. Foto: Reprodução/Prefeitura de SP
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