Publicado às 10h40
Por Cristina Braga
Construído em 1929 numa grande área de mata nativa, o Sanatório Philippe Pinel, em Pirituba, realizava, inicialmente, tratamentos para quem podia pagar pela internação.
O local era destinado para “assistência a nervosos, psicopatas e toxicômanos”.
Inaugurado pelo professor Antônio Carlos Pacheco e Silva, o Pinel faz referência ao sobrenome do médico francês Philippe Pinel (1745-1826), notável por defender que os seres humanos que sofriam de perturbações mentais eram doentes e deviam ser tratados como tal, e não de forma violenta, contrariando o que acontecia na época.
O terreno sobre o qual foi erguido o complexo hospitalar com quase 20 prédios era da Companhia Armour do
Brasil, que estava loteando a Fazenda Anastácio, de sua propriedade.
Em 1935, as dependências do Sanatório somaram-se ao terreno da Chácara Paraíso, completando uma área de 770 mil metros quadrados.
Foi somente em 1944, ao ser transferido para as mãos do Estado, que passou a dar assistência à população carente de São Paulo.
Desde 2008, o local tornou-se um Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental (CAISM) e emprega hoje 460
funcionários.
Nesses 90 anos de existência, teve seu tombamento homologado em novembro de 2018 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) por conservar elementos da arquitetura hospitalar desde o período de sua constituição.
Credenciamento para CER – Centro Especializado de Reabilitação
Numa trajetória marcada por mudanças, o Pinel deixou de ser um hospital que atendia exclusivamente
pacientes com transtorno mental para oferecer, também, assistência a dependentes químicos (30 leitos) e abrigar um ambulatório para Transtornos do Espectro Autista, com atendimento para 120 pacientes (adultos e crianças). “Temos somente 19 pacientes em lares abrigados, pois estão sendo inseridos em residências terapêuticas ou com familiares”, conta Keila Franchin, diretora técnica da unidade. Neste ano, a novidade – já em processo avançado – é que o Pinel poderá receber o primeiro Centro Especializado de Reabilitação (do Estado) na região, para atendimento de pessoas com deficiência intelectual e auditiva.
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