Publicado às 10h50
Por Gabriel Cabral
Ao trocar o carro pela bicicleta, Gabriela Vuolo, de 37 anos, passou a economizar cerca de R$1,3 mil ao mês. Todo esse dinheiro era gasto e dividido entre gasolina, seguro, estacionamento e manutenção do veículo. O estresse, segundo ela, também diminuiu bastante. “Eu levava 40 minutos para levar meu filho para a escola, que fica a cinco quilômetros de casa, no Alto de Pinheiros (na zona oeste). Passava mais tempo com ele no carro do que em casa brincando. Isso que me deu o primeiro estalo”, conta a bacharel em Relações Internacionais ao Estadão.
Gabriela mora na região do Alto de Pinheiros e avalia que o local onde mora colaborou com a troca, no sentido de que nem todos conseguiriam realizar a mudança, a depender do bairro onde reside e das condições que há por ali. “Claro que moramos em Alto de Pinheiros, bairro com calçada boa. Estamos falando de uma bolha. Isso não é viável para a maior parte das pessoas de São Paulo.”

Ela também fala sobre as mudanças e reestruturações semanais que teve que fazer, do escola do filho ao ritmo no supermercado. “Mudei meu filho para uma escola em que eu levasse ele a pé ou de patinete, a um quilômetro de casa. Ele começou a ir para escola de patinete na hora do almoço e, depois, eu o pegava de bicicleta e voltávamos juntos”, afirma. “Tive que reformular o jeito de pensar nas compras. Não podia fazer muitas compras de uma vez porque não tinha como levar para casa”, conta.
O carro, agora com pouca utilidade, foi vendido por Gabriela, que arrumou um comprador e, na hora da entrega do automóvel e da chave, deixou um recado inusitado para ele no porta-luvas. “Deixei uma carta no porta-luvas do carro para que ele se conscientizasse. Nela, expliquei por que da minha opção de vender o carro e disse que cada pessoa numa bicicleta na rua era um carro a menos no trânsito.”


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