Publicado em 23/01, às 11h10
Por Priscila Perez
Disposta a investir em obras antienchentes, a Gestão Covas anunciou uma Parceria Público-Privada (PPP) para alavancar a construção de 13 novos piscinões na cidade, sendo um deles no bairro da Lapa. Outro seria construído em Perdizes, na Praça Rio dos Campos.
Mas a solução apontada pela Prefeitura divide opiniões, já que o equipamento seria instalado em áreas verdes da capital. É o caso da Praça São Crispim, um espaço arborizado localizado entre a Rua Tito e a Avenida Ricardo Medina Filho, na zona oeste, com playground, pontos de ônibus e entorno residencial.
Disposta a lutar pela preservação da área, a comunidade lapeana criou o “Movimento pela Praça São Crispim” e, desde então, tem mobilizado a população em defesa dela. Uma roda de conversa sobre o tema chegou a movimentar o bairro em dezembro. Para evitar que o futuro piscinão destrua a São Crispim, os moradores ainda criaram uma página no Facebook. Nela, o grupo destaca que “um piscinão equivale à destruição de três mil metros quadrados de área verde”. Ou seja, a solução resultaria na extinção da praça.
Em entrevista concedida ao portal R7, a gestora socioambiental Annabella Andrade, representante do Movimento pela São Crispim, defendeu obras de drenagem “mais sustentáveis”. “Desejamos fervorosamente resgatar, preservar e manter os poucos espaços verdes, os recursos hídricos e as águas subterrâneas da nossa cidade”.
Fica a pergunta: será que o piscinão é a melhor saída contra as enchentes? Com certeza, é a mais imediata. Para o professor Ângelo Filardo, da FAU-USP, é preciso melhorar o conceito de piscinão, pois a “população não pode ser penalizada”. “Quem imaginava que ganharia uma praça acaba ganhando uma grande banheira de água suja. Deve-se também avaliar os custos e compensar os prejudicados, implantando o piscinão junto com uma área de lazer”, destaca.
PPP dos piscinões
Quem vencer a concessão, ficará responsável pela operação dos piscinões pelos próximos 33 anos. A PPP também prevê a requalificação, operação, manutenção e conservação dos reservatórios já existentes, com ações de desassoreamento e ampliação de sua capacidade.
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