Publicado às 9h55
G1 São Paulo
Um ponto de ônibus na Rua Coronel José Venâncio Dias, no Jaraguá, Zona Oeste de São Paulo, tem um alerta de risco de assalto para os passageiros. “Cuidado! Aqui você pode ser assaltado. Horário de risco: das 5h às 7h”, diz o cartaz.
Neste ponto passa a linha 8677, que liga o Jardim Líbano, na região de Pirituba, na Zona Oeste, ao Largo do Paissandu, no Centro. Foram quatro assaltos entre os dias 3 e 10 de março.
Já foram 175 assaltos a ônibus foram registrados nesse ano na capital, em média 21 por mês.
Letreiros apagados e ônibus que não param no ponto
Por causa da frequência de roubos, motoristas de ônibus passaram a mudar os itinerários e para fugir de assaltos na região do Terminal Santo Amaro. Ao sair do terminal, os letreiros dos ônibus também são apagados. As alterações acontecem à noite.
Três crimes foram na Rua Suzana Rodrigues, que tem um dos pontos mais temidos. Motoristas que se arriscam a passar por lá desligam o letreiro com o nome e o número da linha e não param. Mesma coisa acontece no Largo Bonneville, apesar de na via não ter sido registrado nenhum roubo em coletivos.
Por medo da violência, alguns motoristas passam direto pelos pontos, sem parar. “É por causa dos assaltos, moça. A gente tá sendo assaltado quase todo dia (…). Eles querem celular, né? Celular dos passageiros, aliança, bolsa de mulher, tudo!”, diz ele
Caminho alterado
Funcionários do Terminal Santo Amaro confirmam que as linhas 6030-Unisa Campus 1 e 6062, que segue para o Jardim Castro Alves, estão mudando o itinerário por causa da onda de violência. Passageiros dizem que o problema é recorrente.
“Sempre havia comentários: ‘Aí, não pega tal ônibus, ontem teve assalto no ônibus tal’. E era sempre os ônibus que faziam o mesmo trajeto até a [Avenida das] Nações Unidas”, disse a farmacêutica Tassiane Cássia.
A sensação de insegurança é a mesma entre quem está ali a trabalho. “Eles querem celular dos passageiros, aliança, bolsa de mulher. Tudo”, disse um motorista.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que faz policiamento diário na região do terminal, e prova disso é que os roubos a ônibus caíram 20% por lá no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
A SPTrans, que administra os coletivos municipais de São Paulo, disse que atua em parceria com a polícia, e que nenhuma empresa tem autorização para deixar de parar em algum ponto.
A empresa Transwolff, responsável pelas linhas acima citadas, informou que não orienta seus motoristas a circular com letreiros apagados, e que não tinha conhecimento disso.
Adicione Comentário