Publicado em 22/03, às 13h22
por Redação
Na noite de quarta-feira (20), dezenas de pacientes com um ou ou mais sintomas de dengue aguardavam por horas um atendimento na UPA Jaraguá.
Amandia Macedo gritava de dor de cabeça em uma cadeira de rodas. Yara Sousa, que há dois dias começou a apresentar sintomas como vômito e dores na barriga, foi informada que poderia ser atendida por telemedicina. No entanto, não conseguiu o atendimento. Adriana Rocha com dores no corpo e de cabeça voltou para buscar o resultado e esperou por duas horas. Com o rosto formigando e febre de 39°C, Nickolas Cavalcante também estava na UPA pelo segundo dia consecutivo.
A superlotação e a falta de resposta da unidade às perguntas sobre a demanda crescente por casos de dengue foram evidentes.
Na UPA Perus, a cerca de 7 km de distância, também há um aumento de pacientes com sintomas de dengue. Um paciente aguardava há duas horas para ser chamado para a sala de medicação. Atendentes da UPA observam um aumento incomum na procura por atendimento, sugerindo que os pacientes cheguem entre as 3h e 6h da manhã, pois o local tende a encher rapidamente após esse horário.
Na UPA de Pirituba, na noite de quarta-feira, havia uma fila de espera com cerca de 40 pessoas, a maioria apresentando sintomas gripais e de dengue, com recomendação semelhante de buscar atendimento nas primeiras horas da madrugada.
Amanda Pires aguardava atendimento na UPA de Pirituba com sintomas de dor no corpo, coriza e dor de cabeça por cerca de uma hora. No dia anterior, ela buscou assistência na AMA Lapa, mas continuou com dores. Apesar de ter feito um exame de dengue, o resultado foi negativo, com o médico explicando que isso ocorreu porque ela só tinha dois dias de sintomas.
A tenda instalada na entrada da UPA Pirituba ainda não estava em funcionamento, conforme relatado pelos atendentes. A expectativa era de que começasse a operar a partir do dia seguinte, quinta-feira (21). A reportagem buscou informações junto à Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre as medidas para melhorar o atendimento aos pacientes e o funcionamento da tenda, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
A região norte da cidade de São Paulo é a segunda com mais casos de dengue, registrando 13.456 confirmações até 9 de março deste ano, conforme dados provisórios do boletim de arboviroses. A zona leste lidera com 14.019 casos. No total, a cidade de São Paulo tem 69.834 casos confirmados e 11 óbitos por dengue desde o início do ano, de acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do estado de São Paulo.
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