COTIDIANO

Homicídios e roubos de carga recuam, e estupros sobem neste ano em SP

Estatísticas da violência no 1º trimestre foram divulgadas nesta quarta-feira

Publicado às 9h15

Folha de SP

O estado de São Paulo fechou o primeiro trimestre de 2018 com praticamente todos os indicadores de violência em queda, em especial os homicídios dolosos e roubos de carga.

A exceção são os registros de estupros. Os crimes sexuais cresceram 21% nos primeiros três meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, saltando de 2.667 crimes para 3.218 –o que representa uma média de mil crimes do tipo todos os meses (ou algo como um estupro a cada 15 minutos).

Por outro lado, os indicados divulgados pelo governo paulista na tarde desta quarta-feira (25) mostram tendência de queda em crimes graves como os roubos de carga, que recuaram pelo sétimo mês seguido e fecha o trimestre em queda de 17%. Os casos registrados foram de 2.762 ataques no primeiro trimestre de 2017 para 2.282 registros nos primeiros três meses deste ano.

No mês de março, os dados mais recentes divulgados pelo governo Márcio França (PSB), a redução chegou a 24% –foram de 1.053 crimes em março do ano passado para 796 crimes no mesmo período de 2018.

Já os homicídios tiveram queda 12% em março, de 320 para 281 vítimas, e também completa o trimestre com uma redução de 15%: foram de 942 vítimas para 804 neste ano. Com a nova redução, o estado chega a 7,65 homicídios para cada 100 mil habitantes, a menor taxa do país –na casa dos 25 por 100 mil.

O secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, que apresentou os novos dados, voltou a repetir que o estupro é um crime de difícil combate por parte da polícia porque, segundo ele, cerca 80% dos casos o agressor tem alguma ligação com a vítima, como de parentesco e amizade. “É um crime que termina por acontecer entre quatro paredes. Então, a prevenção deste tipo de crime se torna mais difícil”, disse.

Foi a primeira divulgação de dados do secretário após a mudança de governador e, também, após as saídas tanto do delegado-geral, Youssef Abou Chahin (que se aposentou), como do comandante-geral da PM, Nivaldo Restivo.

Ao elogiar o trabalho da polícia na redução dos indicadores de violência, Mágino disse que não haverá nenhum prejuízo à população com as mudanças de comando. “Prejuízo nenhum porque a filosofia, a política de segurança pública, continua a mesma. O comando da secretaria continua sendo meu. Essa que é a minha função: eu sou o chefe das polícias”, afirmou.

Apesar da troca do comando da PM, quando Mágino perde seu homem de confiança, o secretário disse que considera confortável no cargo até porque, segundo ele, não considera ter havido ingerência na sua pasta. “Eu confio no [Marcelo Vieira] Salles também”, afirmou ele, que disse que Restivo vai passar a trabalhar ao seu lado, na Secretaria da Segurança, como chefe de gabinte.

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