Publicado às 12h
G1 São Paulo
A Prefeitura de São Paulo reforçou a fiscalização contra ambulantes, conforme um contrato publicado nesta quinta-feira (8) no Diário Oficial. Em um único contrato, a gestão Bruno Covas (PSDB) vai gastar durante um ano mais de R$ 2,5 milhões com a empresa encarregada de apoiar a remoção de ambulantes, o famoso “rapa”.
O valor será utilizado para custear cinco equipes, que deverão se dedicar à Vila Mariana. Cada equipe vai custar R$ 42 mil por mês.
Algumas áreas do Centro de São Paulo já possuem menos ambulantes, que relatam aumento na fiscalização. No Largo do Paissandu, a reportagem encontrou apenas um vendedor de frutas legalizado, conforme as novas regras estabelecidas pela prefeitura no programa “Tô Legal”, com permissão para trabalhar no ponto por três meses.
Dificuldade na legalização
Os demais ambulantes disseram que a novidade dificulta o trabalho, pois deixa os trabalhadores fixos em lugares pré-determinado e sem movimento.
“O lugar que a gente trabalha é aqui e ele não quer dar o local que a gente trabalha. Quer dar o local que eles querem, um lugar que não tem movimento. Então não adianta para nós. A gente vai ficar do mesmo jeito, clandestino”, resiste Antônio Ribeiro.
A prefeitura disse que pretende legalizar 45 mil ambulantes na cidade e que em pouco mais de um mês recebeu 3.695 pedidos e emitiu 2.100 autorizações. A gestão disse ainda que oferece pontos em 70% da área da cidade e que o processo de legalização é todo informatizado e sem burocracia.
No entanto, nem todo mundo que tentou obter a licença concorda. O casal Jéssica e Ivan sustenta os dois filhos com um carrinho de churros e outro de açaí. Ivan contou que só perdeu tempo tentando se legalizar, sendo encaminhado de repartição em repartição.
“Fui quatro vezes na subprefeitura, três vezes no Poupatempo, mais a Vigilância Sanitária, e eles disseram: ‘muitas pessoas estão vindo aqui. Infelizmente a gente não pode fazer nada porque a gente não sabe o que está ocorrendo, aguarda mais um tempo’”, contou.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que algumas regiões, como Brás, 25 de março e Liberdade estão fora do programa porque já possuem concessões.
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