Publicada em 24/02/2021 às 11h16
Por Cristina Braga
A vacinação contra a Covid-19 na cidade de São Paulo deve priorizar bairros periféricos para otimizar a imunização coletiva, já que nessas regiões estão as populações mais afetadas pela doença. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Pólis realizada a partir do mapeamento de hospitalizações e óbitos pela doença na capital paulista ao longo de todo o ano passado.
De acordo com a pesquisa, a população idosa de distritos como Sapopemba, Brasilândia, Freguesia do Ó, Iguatemi e Jardim Helena deve ser priorizada na aplicação das vacinas, já que, além do maior número de mortes de idosos, essas áreas apresentam sobre mortalidade de pessoas negras e têm alta concentração espacial de óbitos gerais.
Dessa forma, o estudo indica que vacinar grupos etários prioritários – como os idosos – em regiões específicas das cidades seria uma estratégia mais eficiente do que uma distribuição que desconsidera a geografia da pandemia. Atualmente, a estratégia da Prefeitura leva em conta idade e profissão, e também vacina grupos indígenas e quilombolas, mas não considera critérios de risco de morte por região.
Em 2020, morreram 52% mais homens negros do que brancos e 60% mais mulheres negras do que brancas em decorrência da Covid-19. O levantamento utilizou o método de padronização, que possibilita que duas populações de diferentes composições etárias sejam comparadas. A principal diferença foi observada entre os idosos negros, que morrem quase duas vezes mais em relação à população total nessa faixa etária.Mortalidade é maior entre negros do que entre brancos em 74 dos 96 distritos administrativos da capital paulista.
mortalidade é maior entre negros do que entre brancos em 74 dos 96 distritos administrativos da capital paulista.
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