Publicado às 16h20
Por Cristina Braga
Suspensas há mais de dois anos, as obras da Linha 6-Laranja devem ser retomadas na próxima gestão do governador eleito João Doria, que poderá dispensar o modelo de PPP (Parceria Público-Privada) e adotar
contratos convencionais para avançar na construção do ramal. Como Doria defende as privatizações, uma das opções seria o Metrô realizar a construção para, depois, conceder à iniciativa privada, no modelo das
Linhas 4-Amarela e 5-Lilás.
No modelo atual, o Governo do Estado pagaria metade da obra – orçada inicialmente em R$ 9 bilhões –, e o Consórcio Move São Paulo, a outra metade, ficando com o direito de operar a linha por 25 anos. A construção, iniciada em 2013, já consumiu R$ 1,7 bi em obras (41% em recursos do Estado) e R$ 984 mi em desapropriações. O custo para finalizar o ramal deve ultrapassar os R$ 9 bi — valor que ainda pode aumentar
após atualizações. Anunciada em 2008, na gestão José Serra (PSDB), a Linha 6-Laranja do Metrô chegou a ser prevista para 2012, com 15 estações e 15 km de extensão. Entretanto, após a assinatura do contrato, acabou ficando para 2018.
Em setembro de 2016, a concessionária paralisou as obras com apenas 15% de avanço, alegando dificuldades em obter financiamento com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). Desde então, a empresa chinesa China Railway Engineering Corporation e a japonesa Mitsui, além da brasileira RUASInvest, se interessaram em ficar com a Linha 6-Laranja, mas não obtiveram êxito na negociação. O processo de caducidade do contrato de concessão já foi aprovado pelo Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas (CGPPP), e a ata com o resultado foi publicado no último dia 15 de novembro, para posterior decreto de
“Caducidade” pelo governador do Estado, Márcio França (PSB).

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