Publicado em 27/01/2022 às 9h
via Terra
Um projeto social tem transformado vidas na região de Pirituba, zona noroeste da capital. Trata-se do PAC (Projeto Amigos das Crianças), organização que atende famílias em vulnerabilidade social. Por meio do balé, a iniciativa estimula a autoestima e a confiança da meninada, que se equilibra na ponta dos pés sempre com um sorriso no rosto. De collant preto, saia rosa e sapatilhas, Ana Julia Ferreira, de 8 anos, é uma dessas meninas que participam das aulas, que acontecem duas vezes por semana. Ela conseguiu uma vaga em meados de agosto de 2021 e teve sua primeira aula no último dia 11 de janeiro.
A professora é Alcione Brasílio, 45, que desde os 13 anos sonha em ser bailarina e há nove anos ministra aulas no PAC. Além do balé clássico, que é direcionado para as crianças e adolescentes acompanhadas pelo SASF (Serviço de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicílio) e monitoradas pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social), Alcione também abriu uma turma específica para meninas negras, o Balé Ayo. Ao invés do rosa, as cores dos figurinos são vermelho, preto e amarelo em estampas que remetem a desenhos africanos.
O maior desafio, segundo a idealizadora do PAC, a empreendedora Rosane Chene, foi a pandemia. “A gente teve que fechar as atividades no começo, mas foi desesperador ver que as crianças ficavam na rua porque na favela não existe isolamento”, pontua. “Então, além da entrega de alimentação para as famílias, quando pudemos, abrimos de novo, mas com uma capacidade menor e alternando turmas”, explica.
Apesar de o corpo de balé ser mais recente, o projeto tem 18 anos e conta com diversas atividades que vão de complementação escolar, com aulas de reforço e de inglês, tanto para crianças e jovens como adultos, a inclusão digital, cursos profissionalizantes, aulas de futebol e judô, além de centros de acolhimento voltados para crianças e adolescentes.
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