Publicado em 03/05/2023 às 9h30
por Redação
Os guaranis do Jaraguá estão resgatando seu modo de vida ancestral por meio da criação de abelhas nativas sem ferrão. Sem poder caçar ou pescar, considerando as características da TI Jaraguá, que fica entre as rodovias Bandeirantes e Anhanguera, além de ser cortada pela Estrada Turística do Jaraguá, a comunidade indígena apostou na recuperação de nove espécies que já estavam extintas no território, como a onça-amarela, mandaçaia, mandaguari, tubuna, arapuá, jataí, mirim, marmelada e borá. Todas elas desapareceram por conta do desmatamento da Mata Atlântica. “As abelhas nativas sempre tiveram um vínculo sagrado com o povo guarani, o nosso nome sagrado vem das velas feitas pela cera da abelha e da casca dessas árvores que a gente vê por aqui”, resume Tiago Karai, da TI Jaraguá. As abelhas proporcionam alimento, são importantes polinizadoras e representam o resgate da cultura guarani. Com a cera, os indígenas do Jaraguá produzem velas que são utilizadas em rituais de revelação dos nomes das crianças, incensos para o tratamento de problemas psicológicos, como a depressão, e até tinta para a pintura corporal.
Abelhas nativas
O meliponário do local reúne algumas da caixas das mais de 500 que existem no local com milhares de abelhas. “A criação das abelhas nativas nos traz paz, acalma o espírito e reforça nossas tradições. Além disso, nossas primaveras estão mais floridas e a nossa agrofloresta está mais produtiva”, resume Márcio Werá Mirim, cacique da aldeia Tekoa Yvy Porã.
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