Publicado em 10/02/2022 às 10h30
por Redação/Priscila Perez
O plano de ação prometido pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA) para recuperar o lago do Parque Toronto, em Pirituba, pode ser colocado em prática muito em breve. Ao cobrar soluções urgentes da Prefeitura de São Paulo via abaixo-assinado (hoje com mais de 12 mil assinaturas), a comunidade conseguiu mobilizar não somente a zona noroeste como lideranças locais em torno da preservação dessa importante área verde, criada em 1992 por meio de uma parceria com a cidade de Toronto, no Canadá.
Segundo a vereadora Sandra Santana (PSDB), que esteve no local na última sexta-feira, 4 de fevereiro, a convite da Associação dos moradores do City América, representada por Sérgio Romero e Flavio Bindandi, a retirada das plantas aquáticas que cobrem as águas deve acontecer ainda nesta quinzena. Já a limpeza maior, que prevê o desassoreamento do lago, está prevista para o mês de abril, considerando que o processo exige cautela por envolver diversas espécies de animais silvestres que frequentam o parque, como bem explicou a SVMA à FN. “Há uma grande quantidade de ninhos e, até março, estaremos no período reprodutivo das espécies que vivem no entorno do lago. Além disso, é necessária uma ampla área para secagem do sedimento”, reiterou a pasta.
Em entrevista à FN, o vereador Eliseu Gabriel, que também participa da mobilização em defesa do Parque Toronto, já havia adiantado que seria necessário um projeto conceitual para superar os desafios técnicos que a obra apresenta. “Não adianta fazer o desassoreamento sem projeto, sem nada. Não é somente chegar e colocar uma draga na beira do lago. Para fazer o desassoreamento, precisamos de projeto, um estudo de como pode ser feito, até porque existem vidas silvestres ali.”
Poluição
Sobre a presença de lixo no lago, a suspeita era a de que um córrego estaria despejando resíduos no local. Entretanto, técnicos da Sabesp que participaram da visita ao Parque Toronto atestaram que o lago tem passado por vistoria mensal e não existe poluição de esgoto sendo jogada na área. As vistorias, segundo eles, são feitas tanto na entrada quanto na saída do lago.
Embora a Sabesp afirme que o sistema de esgoto do entorno esteja funcionando normalmente, ainda fica a pergunta sobre a possível contaminação das águas, que estão cobertas por mato e sujeira. Na prática, essa combinação tem impactado na sobrevivência dos peixes, a exemplo das carpas, que sumiram do lago. Conhecida por sua capacidade filtradora, já que se alimenta de plâncton e vegetação indesejada, a espécie foi a primeira a desaparecer.
Descaso
Apesar de sua importância para a zona noroeste, sendo um dos maiores parques da capital, o Toronto não tem recebido o cuidado que merece (e demanda) nos últimos anos. Além do manto verde de aguapés (espécie de planta aquática) que tomam conta do lago, o visitante precisa conviver com mato e muito lixo. Até as lixeiras do parque estão amarradas por arames, e as quadras de esportes seguem sem manutenção. A torcida, agora, é para que o “plano de ação” vire realidade e, num futuro não tão distante, a vizinhança possa voltar à pescaria no Toronto. As promessas foram muitas, falta agora colocá-las em prática – considerando que é ano de eleição.
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