Publicado às 9h
Estadão
Estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) ocuparam dois prédios do campus Monte Alegre, no bairro de Perdizes, em protesto pela contratação definitiva da professora Márcia Campos Eurico, que é negra e tem contrato temporário com a instituição, e pela inclusão da disciplina Gênero, Raça e Etnia na grade obrigatória do curso de Serviço Social. Na última quarta (24), a PUCSP suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas.
Ocupação dos alunos
O Centro Acadêmico de Serviço Social, que coordenou a ocupação, iniciada anteontem e intensificada ontem, defende a contratação de Marcia para garantir diversidade racial dentro do curso e reverter o que chama de “racismo institucional”. Segundo o texto, a docente é a primeira mulher negra a lecionar na graduação em Serviço Social. “A discussão de gênero, raça e etnia é essencial para nossa formação profissional, uma vez que essas questões perpassam a nossa categoria, o público usuário e a sociedade”, disse o centro acadêmico, por nota.
Relevância das demandas
A reitoria da PUC-SP afirmou reconhecer a “relevância das demandas dos alunos do curso de Serviço Social, que incorporam questões acerca da temática racial na universidade”. Disse ainda que está elaborando uma “política de cotas étnico-raciais” para a contratação de docentes. “A reitoria reafirma a disposição em manter o diálogo com os estudantes acerca de suas demandas e reitera a necessidade de que a universidade retome seu funcionamento normal, uma vez que questões estruturais relativas ao tema continuarão sendo tratadas e implementadas em âmbito institucional.”

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