Publicado às 12h50
Por Cristina Braga
No mês em que se comemora o meio ambiente, com ações de conscientização e palestras como as realizadas pela OAB Lapa na região (de 3 a 8 de junho), um bom exemplo de preservação de área verde está bem perto da população, que se beneficia do ar puro gerado por espécies exóticas e nativas. Em uma área de 25 mil metros quadrados, esse pedacinho de Mata Atlântica é um verdadeiro oásis ao lado da Rodovia Anhanguera, em reserva ecológica.
Hoje, restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente, e desse remanescente, 80% estão em áreas privadas, como a RPPN Mutinga (Reserva Particular do Patrimônio Natural), criada em 2011. Aliás, ela é a única criada no município. Pelo último plano de manejo, datado de 2012, há 79 espécies de plantas, sendo 62 nativas e 17 exóticas, e 48 de aves pertencentes à Mata Atlântica, como a saracura-do-mato. Com sorte, dá para ver o lagarto teiú e o gambá-de-orelha-preta.
Uma trilha de 600 metros, de uso exclusivo dos moradores dos quatro condomínios localizados ao redor, conduz a outro mundo: todas as árvores são catalogadas, e o visitante se depara com espécies lindíssimas como a copaíba e pindaíba, além do esquilo “caxinguelê”. “Os 300 moradores mantêm o local, destinando verba e pagando o IPTU do terreno”, explica o síndico William Marcos. Aberta uma vez por mês para os moradores dos prédios, a reserva é um privilégio conservado há 13 quilômetros da Praça da Sé.
A geógrafa Josina de Souza, que trabalha na unidade há quatro anos, explica que a água da chuva é drenada
para caixas subterrâneas e utilizada na rega de jardim do condomínio. A captação também é essencial para a
reserva, que conta com composteira e projeto de viveiros com mudas naturais. “As crianças adoram passear
pela trilha”, explica Josina, que está ali para acompanhar os visitantes.
No último dia 9 de maio, a moradora que se instalou no terreno em frente à reserva na década de 1940, Maria Helena Franco, completou 99 anos. Foi ela quem começou plantando as primeiras árvores no local. “Aqui tudo era pastagem, uma fazendinha,” recorda. Não à toa, recebeu uma homenagem dos condôminos no mês passado pela sua contribuição. A filha, Yolanda Franco, lembra que “quando incorporaram a área da casa aos prédios, nunca pensou que a árvore plantada por sua mãe pudesse reverter nessa floresta”. “Brincávamos aqui na infância, é um espaço delicioso, um legado para todos nós e futuras gerações.”
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