Publicado em 17/10, às 11h
Por Priscila Perez
São Paulo tem R$ 43 bilhões investidos em obras públicas paradas ou atrasadas. São 762 obras “congeladas” e outras 780 “totalmente fora do cronograma”, contratadas tanto pela administração municipal (1.280 casos) quanto pelo Governo do Estado (262). Os dados são referentes ao mês de setembro e foram compilados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Linha 6-Laranja
Na zona noroeste, há dois grandes exemplos de obras atrasadas. A primeira é a da Linha 6-Laranja, que um dia ligará a Brasilândia à Estação São Joaquim do Metrô. A construção do ramal está atrasada e representa R$ 23 bilhões nesse universo de investimentos em atraso, quase a metade do rombo citado pelo TCE.
A Gestão Doria já ensaia a retomada da linha, cuja construção está paralisada há pelo menos três anos. Vale lembrar que o prazo para caducidade do contrato de concessão expira no dia 11 de novembro. A data foi alterada porque três grupos empresariais internacionais formalizaram propostas para a aquisição da participação do consórcio Move São Paulo na Parceria Público-Privada (PPP).
Complexo Hospitalar Cotoxó
Também há uma obra incompleta na Pompeia. Trata-se do Complexo Hospitalar Cotoxó, que deveria ter ficado pronto em 3 de junho de 2014. A previsão atual é no segundo semestre de 2020, praticamente seis anos depois. Até então, o Estado já investiu R$ 24,3 milhões, mas o total previsto em contrato é de R$ 63,4 milhões. “Sua execução foi impactada pela necessidade de readequação ambiental do projeto em respeito ao entorno dela, de alta densidade demográfica”, afirma o governo estadual.
Trecho Norte do Rodoanel
O Rodoanel Norte, que está sob suspeita de desvios de recursos públicos, é outra grande obra que sofre para ser concluída. O governo estima que o gasto para o término do anel viário ficará entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. Há seis anos, o Rodoanel Norte foi orçado em R$ 4,3 bilhões, mas já consumiu R$ 6,85 bilhões, ou seja, 60% a mais do valor previsto originalmente. Inicialmente a obra deveria ter sido inaugurada em março de 2016. Com R$ 1 bilhão a mais de gastos – em uma visão mais pessimista – o valor da obra chegará em R$ 7,85 bilhões, isto é, 83% a mais do montante orçado em 2013. Com as desapropriações de casas e terrenos, este valor pode chegar a R$ 10 bilhões.
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