REGIONAL

Tatuzão da Linha 6-Laranja ainda está danificado e alagado dentro de túnel

Publicado em 08/02/2022 às 9h25

por Redação/via G1

Os equipamentos responsáveis pela escavação dos túneis da Linha 6-Laranja estão parados. Um deles ficou comprometido pelo recente vazamento de esgoto da Sabesp, que o deixou submerso dentro de um poço de ventilação da obra. Já o outro também está sem operar em razão do acidente que resultou na cratera que tomou a pista local da Marginal Tietê.

Vale lembrar que as escavações, assim como a construção das estações, estavam em um ritmo acelerado nos últimos meses, com a expectativa de conclusão para 2025. Agora, ainda não é possível saber se o cronograma de obras será mantido, já que a avaliação final dos impactos só poderá ocorrer após a retirada total do esgoto do VSE. Mas a expectativa por parte do governo paulista é a de que siga inalterado, tendo em vista que atualmente somente dois canteiros de obra estão interditados e 30 seguem em operação

Imagem do tatuzão em agosto de 2021. Foto: Reprodução/Secom/GESP

Tatuzão alagado

Uma semana depois do acidente, a situação continua a mesma: a tuneladora que seguia em direção à Estação São Joaquim está danificada, presa no túnel e inundada. Já se sabe, por exemplo, que o conserto só poderá acontecer após a drenagem do esgoto, a qual está sendo feita pela empresa espanhola Acciona, responsável pela construção da Linha 6. Já as novas peças virão do exterior para recolocá-lo em operação.

Distância da tubulação

O tatuzão danificado estava três metros abaixo da tubulação de esgoto quando houve o acidente. Porém, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), o equipamento deveria estar a pelo menos 20 metros de distância da tubulação. “A boa técnica, adotada em outras tantas situações, é a de escavar o túnel do metrô cerca de 20 metros abaixo de um interceptor ou de uma adutora de grande porte, com velocidade a mais reduzida possível para evitar movimentos do solo. Por isso, a informação preliminar do secretário de Transportes Metropolitanos que o túnel da Linha 6 estaria cerca de três metros abaixo do interceptor ITi-7 causa bastante estranheza”, disse o sindicato em nota.

Ou seja, a tuneladora poderia ter rompido o duto. Para o presidente do Sintaema, José Antônio Faggian, há 99% de chance de ter sido realmente o tatuzão que causou o incidente na Marginal. “Só precisamos aguardar o laudo que será conclusivo, mas tudo indica que pelas próprias circunstâncias, realmente foi o tatuzão que causou o rompimento do supertúnel. E isso é imprudência, falta de perícia da empresa, ou até mesmo uma ordem do governo do estado para acelerar a obra, o que fez com que as medidas de contenção e segurança necessárias não fossem tomadas.”

Ainda de acordo com a nota, “o problema foi causado pela escavação do túnel da Linha-6 a pequena distância do interceptor em operação, agravada pela ausência de medidas preventivas para estabilização do solo no entorno, em absoluta divergência com as práticas adotadas há várias décadas em obras supervisionadas pelo Metrô-SP”.

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