Publicado às 9h20
G1 São Paulo
O candidato do Podemos à Presidência da República, Alvaro Dias, disse nesta segunda-feira (24) que vai acabar com o programa Mais Médicos, caso seja eleito. Ele afirmou que vai substituir os profissionais por “médicos federais”.
O Programa Mais Médicos foi criado em 2013 e conta com a participação de médicos brasileiros, cubanos e de outros países que se interessem em atender regiões carentes. “Não se pode obrigar um médico que quer morar na capital a ir para o interior. O profissional de saúde tem o direito de trabalhar onde quiser”, afirmou a ex-presidente Dilma Rousseff no lançamento do programa.
Para Álvaro Diaso problema é a forma de contratação, pois no caso dos cubanos, o governo brasileiro paga os salários ao governo de Cuba, que repassa aos médicos percentuais que variam de 25% a 40%.
“Vamos criar uma carreira típica de médico federal para atender nas localidades mais longínquas, mais pobres, onde os médicos se recusam a ir muitas vezes. O Mais Médicos leva o dinheiro para Cuba e volta migalha. Vamos substituir o Mais Médicos pelo médico federal, que vai receber aqui. O dinheiro vai ficar aqui e vai remunerar o médico com diploma. Se for estrangeiro terá que ter seu diploma revisado”, disse.
Desde que assumiu o governo, Michel Temer quer substituir os cubanos da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) por mais brasileiros. O número de médicos do Brasil aumentou 44% em menos de um ano, de acordo com o Ministério da Saúde.
Em novembro de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a dispensa da validação de diploma de estrangeiros e do salário menorpara estrangeiros, cuja maior parte é destinada a Cuba.
Nesta tarde, Dias realizou uma caminhada no distrito de Perus, no calçadão de lojas que dá acesso à estação de trem, na Zona Norte da cidade de São Paulo. Questionado sobres outras propostas para a área da saúde, o candidato disse que priorizará a atenção básica e preferiu destacar como, em sua visão, a saúde pública ficou comprometida.
“Nos últimos 15 anos, R$ 160 bilhões que estavam provisionados para o orçamento da saúde pública foram desviados. Com isso houve um comprometimento na qualidade dos procedimentos médicos em razão da defasagem no pagamento pela prestação desses serviços. Temos que revitalizar, reabilitar o SUS”, disse. “É um grande sistema, mas que foi esvaziado de recursos e de qualidade de gestão – falta de planejamento, incompetência e muita corrupção”.
10 milhões de empregos
O plano de governo proposto por Dias contempla a criação de dez milhões de empregos em quatro anos. Quando circulava pelo comércio da região de Perus, cumprimentando os lojistas e consumidores, Dias foi questionado sobre como pretende criar esses empregos, se for eleito.
Ele prevê que a meta pode ser alcançada como fruto de um conjunto de ações, que começam com a redução da máquina pública, passam por ajuste fiscal e reforma tributária, e terminam com o combate à corrupção, que deve atrair investidores estrangeiros.
“Temos que fazer reformas. […] Nossa mudança reduz para catorze ministérios apenas, qualificados tecnicamente, sem interferência partidária para promover as reformas. Aí nós temos o ajuste fiscal, que é essencial para reduzir o déficit e que vai fazer com que o governo utilize menos dinheiro do sistema financeiro. […] Aí nós conseguiremos transferir o crédito para o setor privado – micro, pequena, média empresa”, explica Dias sobre sua estratégia.
“A reforma tributária vai reduzir o número de tributos e alcançar mais a renda do que o consumo, que pagará menos impostos. Com isso, o consumo aumenta e exige aumento da produção. Gera emprego. A roda da economia gira com mais força. […] O combate à corrupção também traz investimentos de fora, que hoje estão ausentes. Simplificando, desburocratizando, com uma regulação competente e segurança jurídica, vamos acelerar o processo de crescimento econômico do pais e gerar, sim, milhões de empregos”, conclui.
Adicione Comentário