COTIDIANO

Cidade de São Paulo tem quase 15 mil pedidos de instalação de postes de luz

Imbróglio da PPP da Iluminação trava desde 2016 instalação de estruturas nos bairros

Publicado às 11h20

G1 São Paulo

Prefeitura de São Paulo tem 14.759 pedidos de moradores para instalação de postes de luz nas ruas onde moram ou trabalham, apontam dados da Secretaria das Prefeituras Regionais obtidos pelo do G1 via Lei de Acesso à Informação (LAI). São locais, geralmente, escuros que precisam da ampliação da rede elétrica para a criação de um novo ponto de iluminação.

A maioria dos pedidos (72%) já têm um projeto com informações da obra necessária, o número de luminárias e postes que serão instalados.

As outras solicitações estão em “viabilidade de instalação”, que, para o departamento de iluminação pública do município, são locais que têm postes e fiação, mas estão em análise porque dependem de recursos.

As ruas afetadas, porém, seguirão sem luz até que a Prefeitura resolva o imbróglio envolvendo a parceria público-privada (PPP) da iluminação, cujo contrato de cerca de R$ 7 bilhões chegou a ser suspenso por suspeita de pagamento de propina (leia mais abaixo).

O Departamento de Iluminação Pública (Ilume) informou que os pedidos de ampliação da rede estão parados desde outubro de 2016.

Em nota, a Prefeitura disse que o número de pedidos de ampliação corresponde a 2% do parque de iluminação da cidade de São Paulo, e que está empregando esforços para a retomada do contrato da PPP da iluminação.

Uma das ruas sem luz é a do recém-inaugurado Hospital Municipal de Parelheiros, na Rua Euzébio Coghi, Zona Sul. A inauguração foi no fim de março e gerou polêmica entre os moradores, justamente pela falta de infraestrutura no entorno.

De lá para cá quase nada mudou. A aposentada Maria Geralda de Carvalho Mesquita mora há 46 anos no bairro. A rua do hospital é o caminho da casa dela. “É perigoso. Quem vai trazer os seus filhos para ser atendidos de noite. É bem provável que nem venham. Porque é tudo escuro”, explica a aposentada.

A rua tem cinco postes, mas nenhum com estrutura para a instalação de lâmpadas. Luminárias só no pátio do hospital e, mesmo assim, não são suficientes para quem precisa de atendimento à noite.

“Quando começa a escurecer só ilumina da escada para cima. A rua mesmo não tem iluminação nenhuma”, explica a orientadora socioeducativa, Iolanda Andrade dos Santos, que já precisou de atendimento no hospital.

Em nota, a Prefeitura afirma que, por ser serviço de ampliação, “não pode ser executado até que as apurações sejam finalizadas”.

Prefeituras Regionais

O G1 também levantou o número de pedidos de ampliação da rede elétrica por Prefeitura Regional. As cinco prefeituras com mais pedidos estão nas zonas Sul e Leste (veja no mapa abaixo).

A doméstica Maria da Luz Cabral dos Santos mora na Rua Quênia 2, no Jardim Shangrilá, Zona Sul, bairro da Prefeitura Regional da Capela do Socorro que não tem nenhum poste. Ela conta que a única iluminação vem somente das casas.

“Quando o pessoal das casas desliga a luz, não dá nem para caminhar. Minha neta quer vir aqui de noite, não pode vir. Ela mora na rua debaixo e lá é mais claro”, explica Maria.

Quem trabalha na região também reclama. A auxiliar administrativa, Taís de Oliveira, chega na UBS onde trabalha com o dia clareando e se sente insegura. “A gente escuta assalto, carro abandonado. No final da rua tem um carro aqui que tacaram fogo, porque não tem iluminação e eles aproveitam para fazer isso”, desabafa a auxiliar.

Em nota, a administração municipal afirma que a Prefeitura Regional Capela do Socorro verificará nesta terça “se o local está regularizado”.

PPP da Iluminação

A PPP da Iluminação com o consórcio vencedor da licitação, o FM Rodrigues/CDL, está sendo investigada pela Controladoria Geral do Município (CGM). Em março, foram divulgados áudios que revelaram um suposto pagamento de propina a funcionários do Ilume para beneficiar o consórcio na licitação.

“A Controladoria Geral do Município informa que a licitação da PPP está suspensa pela própria Administração Municipal, com exceção dos serviços de manutenção. A suspensão ocorre até que as investigações da CGM terminem”, disse a Prefeitura em nota.

Ou seja, as empresas do consórcio podem somente fazer serviços básicos, como a troca de lâmpadas queimadas. A modernização e expansão da rede elétrica só poderão ser feitas quando a situação da PPP for resolvida.

Lâmpadas de LED

Com a suspensão parcial do contrato, substituição das lâmpadas de vapor de sódio pelas de LED também está parada. Pela Lei de Acesso à Informação, o G1 descobriu que, no ano passado, a gestão do então prefeito João Doria (PSDB) não instalou nenhuma lâmpada de LED. As últimas trocas foram feitas na gestão de seu antecessor, Fernando Haddad (PT).

“A gestão anterior substituiu 82.642 pontos de iluminação por LED de um total de 618.355. Isto corresponde a 13,36% do parque de iluminação. De janeiro de 2017 a dezembro de 2017, não foram instalados ou substituídos nenhum ponto de iluminação por LED”, explica o Ilume na resposta da Lei de Acesso à Informação.

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que 1.430 luminárias foram instaladas logo depois da aprovação da PPP da iluminação, antes da denúncia de propina. Segundo o comunicado, atualmente a quantidade de LEDs é de 84.072.

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