Publicado em 17/10/23, às 12h55
por Redação
Em São Paulo, Fortaleza e Campinas, 27 tipos diferentes de agrotóxicos foram detectados na água consumida por parte da população de 210 municípios brasileiros em 2022. A maioria das concentrações estava dentro dos limites individuais considerados seguros pelo Ministério da Saúde, mas especialistas expressam preocupação com os riscos da interação entre essas substâncias. O Ministério da Saúde não regula o “efeito coquetel” de agrotóxicos na água, ao contrário da União Europeia.
Em São Paulo, a detecção de cinco agrotóxicos na água ocorreu na Sabesp, responsável pelo abastecimento de grande parte do município. A origem do problema está relacionada ao uso excessivo e inadequado de agrotóxicos, tanto em áreas rurais como em paisagismo nas cidades.
Especialistas alertam que a exposição contínua a essas substâncias na água, mesmo em concentrações abaixo dos limites individuais, pode estar associada ao desenvolvimento de doenças crônicas, como câncer e disfunções hormonais e reprodutivas. As estações de tratamento de água no Brasil não conseguem eliminar eficazmente os agrotóxicos presentes na concentração detectada.
O Ministério da Saúde reconheceu que a análise individualizada dos agrotóxicos na água é insuficiente para determinar os riscos à saúde, mas justificou a ausência de regulamentação para o efeito coquetel devido à falta de estudos. No entanto, as ações preventivas não parecem ser amplamente adotadas pelos municípios.
As empresas de abastecimento de água e as secretarias de saúde de Campinas, São Paulo e Fortaleza afirmam que seguem os parâmetros fixados individualmente para cada substância de acordo com a norma do Ministério da Saúde e que não detectaram parâmetros acima do permitido. A Sabesp alega que todos os ensaios para agrotóxicos estavam dentro dos padrões estabelecidos.
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