Publicado às 10h25
Por Cristina Braga
Já dizia o renomado administrador de empresas Max Gehringer que “conseguir um bom emprego, hoje em dia, não é difícil”. O duro é se manter nele, porque as exigências para resultados de curtíssimo prazo aumentam cada vez mais. Segundo Gehringer, nos tempos primitivos, as posições hierárquicas eram decididas ou por competência ou por protecionismo. O grande diferencial atual é saber pensar por conta própria, em vez de enfiar o dedo no nariz e dar um “retrieve”.
Com o objetivo de preparar melhor o aluno para o mercado de trabalho, após o Ensino Médio, o Colégio Wellington Objetivo, em meados de 2016, implantou o projeto “Miniempresa” em parceria com a Fundação Júnior Achievement – uma das maiores organizações sociais incentivadoras de jovens do mundo -, estimulando estudantes por meio do método “Aprender-fazendo”, que coordena os trabalhos no colégio.
O programa Miniempresa, desde então, proporciona aos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio “a experiência prática em economia, negócios e na organização e operação de uma empresa”, explica a diretora Maria Salete Folster. A atividade é desenvolvida em 15 semanas, em jornadas semanais, com duração de uma aula semanal e geralmente à noite. “Como devem gastar, elaboração de orçamentos e noções de receita e despesas são algumas das orientações dadas aos grupos em sala de aula, desde o primeiro ano”, pontua.
Os estudantes aprendem conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção. É um programa acompanhado por quatro profissionais voluntários das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e produção. “Neste projeto, são explicados os fundamentos da economia de mercado e da atividade empresarial, em que cada participante se converte em um miniempresário ao final do curso”, conta a diretora.
Este ano, 35 alunos já se formaram pelo projeto e compraram “ações” de acionistas para desenvolverem uma bolsa de material sustentável. “Confeccionaram 100 bolsas. Com o dinheiro, eles pagaram a costureira, o tecido e ainda devolveram o lucro (de 17% sobre as vendas) aos acionistas. Eu mesma investi R$ 15 e recebi R$ 7 de volta, relativos ao investimento.” Tudo isso é para entender o processo de custo, compra, compartilhamento de ideias e responsabilidades em grupo. “Ao final, chegaram neste formato com maturidade, depois de bastante
discussão”, entrega a diretora.
Depois de formados, alguns alunos mantêm o empreendedorismo em suas veias profissionais. Maria Salete frisa que uma aluna voltou ao colégio este ano, para mostrar a empresa que havia gerado. A ex-aluna palestrou que estava bem-sucedida e com sustentabilidade. A lição que fica, segundo a diretora, é que os estudantes em geral saem com conteúdo, mas não conseguem emprego. “Por isso, incentivamos o empreendedorismo com mais chances de vencer no mercado de trabalho”, finaliza.
O colégio na Freguesia do Ó vem inovando, também, na área de tecnologia. Não à toa, deu um passo à frente introduzindo práticas dentro de um espaço Maker, trabalhando segmentos como robótica e informática, que estão atrelados ao conteúdo da grade curricular.

Adicione Comentário