REGIONAL

Pesquisadores encontram sinais de exploração de ouro na região do Jaraguá

Publicado em 23/04, às 10h40
por Redação

Na série “Memórias Indígenas” do SP2, pesquisadores descobriram sinais de exploração de ouro do século 16 na região do Jaraguá, em São Paulo. 

Tanques e cavas com mais de 400 anos foram desenterrados, oferecendo uma visão vívida da exploração do ouro durante o século 16. Esses vestígios arqueológicos revelam um passado marcado pela intensa atividade mineradora, onde o minério era lavado por mão de obra indígena escravizada.

A floresta no Jaraguá, lar dos Guarani Mbya, guarda essas memórias da colonização do Brasil. Com o auxílio da tecnologia moderna, geólogos e arqueólogos puderam mapear meticulosamente as antigas escavações, identificando não apenas as cavas, mas também os tanques de lavagem do minério e extensas áreas de exploração. Francisco Adrião Neves da Silva, geólogo envolvido na pesquisa, ressalta: “Pode-se dizer que aqui no Jaraguá foi feito o primeiro registro oficial de exploração de ouro no Brasil”.

Apesar do valor histórico desses achados, as terras onde estão localizadas agora são parcialmente habitadas, delimitando os distritos de Anhanguera e Jaraguá, e abrigam até mesmo um cemitério. No entanto, em relação à viabilidade econômica da exploração atual, Silva afirma categoricamente: “Não, pelo menos não economicamente viável. Não há mais viabilidade de fazer extração porque essa região foi explorada por mais de 200 anos. Não tem mais ouro para ser explorado”.

A série também destaca a resistência contínua dos Guarani, principalmente em São Paulo, onde lutam pela demarcação de terras em áreas como Parelheiros e Jaraguá. Davi Popygua, líder do território do Jaraguá, expressa sua preocupação com a preservação da floresta, indagando: “Se os não indígenas entendem uma mesquita como um lugar sagrado, Jerusalém como lugar sagrado, os grandes templos espirituais pelo mundo como lugares sagrados, será que eles não entendem que, para nós, indígenas, essa floresta também é um templo sagrado?”.

Em Parelheiros, a mão de obra indígena escravizada foi empregada na construção dos trilhos ferroviários, evidenciando a contribuição histórica dos povos originários para o desenvolvimento da região. No entanto, a luta pela demarcação de terras continua, pois, como destaca o antropólogo Daniel Pierre, “Sem a demarcação, não é possível ter uma garantia de futuro”.

A resistência dos Guarani é uma herança ancestral, como testemunhado por líderes como Priscila Parapoty, que enfrentam o preconceito e trabalham incansavelmente para preservar a cultura indígena para as futuras gerações. Ela ressalta: “A gente ouve muito que é boliviano, peruano. As pessoas que moram do lado daqui não sabem que têm indígena aqui, que somos daqui”.

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