Publicado em 30/05/2022 às 9h
por Redação
Nem na região do Pico do Jaraguá, onde repousa uma das últimas vegetações remanescentes de Mata Atlântica da cidade, o ar está livre da poluição que adoece o paulistano. Nos últimos 22 anos, a qualidade do ar ficou bem abaixo do esperado na capital, com índices de poluição acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É o que aponta o estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), divulgado na última quinta-feira, 26. Para se ter ideia, no ano passado, nenhuma estação de monitoramento atendeu aos parâmetros da OMS em relação à presença de material particulado (MP2,5 e 10), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2), os três tipos de poluentes mais comuns no ar.

O material particulado (uma mistura de compostos sólidos e líquidos) diz respeito à fuligem oriunda dos escapamentos dos carros. São aquelas partículas que ficam no ar e fazem realmente mal ao seu nariz e pulmões. Neste caso, a OMS recomenda até cinco microgramas por metro cúbico, mas a concentração na cidade é muito maior. Na Marginal do Tietê, por exemplo, onde o vaivém de veículos é intenso todos os dias, o índice chega a 19 microgramas por metro cúbico. Já na estação do Pico do Jaraguá, a taxa foi de 11 microgramas por metro cúbico, o dobro do indicado pela entidade, mesmo estando afastada do trânsito intenso da Marginal. A estação tem escala urbana e representa o ar médio respirado pelo paulistano.

O levantamento tem como base os dados do sistema de monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), colhidos entre 2000 e 2021.

Adicione Comentário