Publicada em 06/11/2020 às 9h30
Por Eduardo Fiora (via Observatório Leopoldina)
Reunião do Conselho Gestor dos Parques Cândido Portinari (Avenida Queiros Filho) e Villa-Lobos (Avenida Fonseca Rodrigues) realizada na manha desta quinta-feira, 5, colocou à mesa de debates a construção da roda gigante de 90 metros de altura na área verde da Vila Hamburguesa. Será o maior equipamento do gênero na América Latina.
A SPBW, empresa vencedora do chamamento promovido pelo governo do Estado de São Paulo (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente), apresentou aos conselheiros o quadro de expectativas quanto à mobilidade urbana, levando em conta o fluxo de visitantes e os tipos de modais utilizados para acesso à futura atração turística.
A roda gigante terá 42 cabines com capacidade para até oito pessoas cada. A previsão do investidor é que o equipamento seja utilizado por um público médio de 1.300 pessoas/dia, com picos de 4 mil a 5 mil visitantes.
O público anual é estimado em 500 mil pessoas (4% a 5% do que o parque recebe atualmente). O principal modal de acesso, sobretudo no primeiro ano de funcionamento da roda gigante, será o transporte individual, com progressivo uso mais intensivo de outros meios como trem e bicicletas, a partir do segundo ano de atividade.
As mais de 1.900 vagas disponíveis nos bolsões de estacionamento, tanto na área do Cândido Portinari quanto na região do Villa- Lobos, são consideradas suficientes para atender a demanda adicional de veículos, levando em conta o giro de pessoas pelo equipamento. Estima-se a permanência no parque por um período de duas horas, sendo cerca de meia hora na cabine da roda gigante. Com a aposta de adesão de compra antecipada de ingressos e com hora marcada para o uso do equipamento, o empreendedor acredita que não haverá problema significativo com filas atrapalhando a mobilidade.
O incremento de carros no interior dos bairros (Leopoldina, Hamburguesa, Alto de Pinheiros e City Boçava), especialmente nos finais de semana, foi a grande preocupação dos conselheiros que representam moradores da região e usuários dos parques. “A área do Cândido Portinari, com a chegada da roda vai passar a ser atrativa. Mas o grande portão de entrada será o do Villa-Lobos, dois quilômetros distante”, lembra Sérgio Giannini, conselheiro do Parque Villa-Lobos e diretor da Sociedade Amigos do Bairro City Boaçava, preocupado com os impactos regionais. Giannini considera que os dados apresentados pela SPBW são conservadores e, por isso, pede que sejam aprofundados os estudos de mobilidade.
Ao avaliar as considerações dos moradores, Ricardo Fiedler, diretor da SPBW garantiu que a empresa está aberta ao diálogo e construções conjuntas. “Não viemos para atrapalhar vocês. Podem ter certeza disso. O que o governo exigir de nós, será cumprido”, afirmou Ricardo Fiedler citando como exemplo a cooperação com o poder público no projeto de roda gigante no Balneário Camboriú, em Santa Catarina, prevista para entrar em funcionamento no final deste ano. “Lá não existe nenhuma área de estacionamento. Incentivamos o uso de transporte público e daremos desconto para quem apresentar o comprovante de viagem”, explicou o empresário, acenando para soluções futuras que possam nascer no curso das conversações com a prefeitura e moradores.
Eventual aumento de oferta de vagas de estacionamento seria possível, segundo sugestão da conselheira Luciana Pazzini (Associação Nossa Turma), com a assinatura de convênios com os condomínios comerciais ao redor do Cândido Portinari. “Como foi dito na apresentação dos impactos de mobilidade, temos de estar mais atentos aos finais de semana e feriados. Acho importante a SPBW conversar com os condomínios comerciais vizinhos, pois eles contam com estacionamentos que ficam ociosos no sábado e domingo”, comentou Luciana.
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