Publicado em 18/10, às 11h40
Por Cristina Braga
O vereador Gilberto Natalini (PV) encaminhou, no último dia 11, um parecer à 6ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo contra o processo de audiências e encontros promovido pela Prefeitura de São Paulo para elaborar o Plano Diretor (PD) do Parque Ibirapuera, cujo objetivo seria reunir os elementos que norteariam a conduta da Construcap, empresa selecionada pela administração municipal para gerenciar a área verde. O projeto envolve, além do Ibirapuera, mais cinco parques – entre eles estão o Jacintho Alberto e o Jardim Felicidade, em Pirituba.
Fraude
Natalini denunciou que as reuniões foram fraudadas pela Construcap, cujos funcionários somaram 62,58% dos presentes entre os usuários do parque. Segundo ele, 83 pessoas – ao todo – vinculadas ou ligadas à concessionária vencedora da licitação marcaram presenças nas atividades de “participação popular” como se fossem frequentadoras da área verde.
“Todo o processo ficou maculado. Como exemplos de participações indevidas estão a do executivo Samuel Henrique Cornélio Lloyd, que se disse ‘personal trainer’ apesar de trabalhar para a Construcap em Belo Horizonte, e de Patrícia de Araújo Levy, a ‘usuária’ assídua nas reuniões que, na verdade, é advogada do presidente da empresa, Roberto Ribeiro Capobianco”, relata o parlamentar.
A Construcap apresentou uma proposta de outorga de R$ 70,5 milhões pela concessão, que vale por um período de 35 anos. Os investimentos previstos ao longo do contrato são de R$ 180 milhões.
“Não somos contra a concessão. No entanto, exigimos um plano diretor que garanta a manutenção dos serviços ambientais do parque”, disse Natalini. Agora, caberá à juíza Cynthia Thomé definir se libera, ou não, a assinatura do contrato, após o Ministério Público se manifestar novamente com seu parecer sobre o caso.
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