Publicado em 27/04/2021 às 08h30
Por Redação/Roger Dias (Estado de Minas Nacional)
Em reunião extraordinária que durou mais de quatro horas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou, nesta segunda-feira (26/4), a importação da vacina russa Sputnik Vpara o Brasil. Técnicos e diretores do órgão questionaram os riscos à saúde e a ausência de documentos que comprovam a eficácia do imunizante.
O governo federal já havia feito acordo para a compra de 10 milhões de doses da vacina, caso ela fosse aprovada pela agência reguladora. Outros 14 estados e duas prefeituras enviaram pedidos de importação da Sputnik V à Anvisa nos últimos dias – a maioria do Nordeste e Norte do país.
O pedido de uso emergencial do imunizante foi feito em 25 de março pela União Química, responsável pela produção no Brasil.
A Sputnik V já havia sido liberada em 17 países, como a própria Rússia, Argentina, Bolívia e México. Em seu Twitter oficial, a vacina pediu que a Anvisa autorizasse o uso emergencial no Brasil. Desenvolvida pelo Centro Gamaleya, estatal russa, a vacina demonstrou eficácia de 97,6% contra a COVID-19.
Os números foram baseados em uma análise feita com 3,8 milhões de pessoas. Do total de vacinados entre 5 de dezembro de 2020 a 31 de março de 2021, a taxa de infecção a partir do 35º dia após a primeira dose foi de apenas 0,027%.
De acordo com a análise técnica da Anvisa, a Sputnik V usa um tipo de vírus que automaticamente se multiplica na célula, com risco à saúde humana. “Um dos pontos críticos foi a presença de adenovírus replicante na vacina. O vírus, que deve ser usado apenas para carrear o material genético do coronavírus para a células e assim provocar resposta imune, ele mesmo se replica. Isso é uma não conformidade grave”, avaliou o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da agência, Gustavo Mendes.
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