Publicado em 23/12/2021 às 9h
via UOL
Um ambiente lotado, com pessoas em pé, sentadas no chão e até encostadas nas janelas enquanto aguardavam. Assim começava o dia no Pronto-Socorro da Lapa. A espera para atendimento piorou nesta semana, segundo os pacientes, com o agravamento dos casos de gripe na capital paulista. Na unidade, havia relatos de espera por atendimento de mais de seis horas. Os sintomas são mais próximos da nova epidemia de gripe, causada pelo vírus Influenza A H3N2, do que das variantes de coronavírus, que até poucos meses atrás provocava grande ocupação de leitos
Aos pacientes, os médicos têm informados que o agravamento da situação afetou até mesmo profissionais de saúde, afastados por causa da gripe. A demanda observada hoje era pior que a dos dias anteriores e a tendência é só piorar. Sentado no chão, com as costas na parede e a mão na cabeça, Jailson Eraldo da Silva, 20 anos, não tinha nem forças para falar. Ele apenas mostrou o celular para dizer o que sentia, em texto enviado para a namorada: “Estou com calafrios, tosse, perdi a voz, dor no corpo e não consigo comer”.
Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde atribuiu o longo período de espera nas unidades de atendimento ao aumento de casos de pessoas com sintomas gripais. A pasta disse ainda que destinou parte dos leitos do Hospital Municipal da Brasilândia ao acolhimento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave.
O que diz a Secretaria Municipal de Saúde
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informa que a rede tem registrado um aumento significativo na demanda de atendimento das unidades de saúde a pessoas com sintomas gripais. Em novembro de 2021, a SMS registrou um total de 111.949 atendimentos de pessoas com sintomas gripais, sendo 56.220 suspeitos de Covid-19. Neste mês, até terça-feira (21), a SMS registra um total de 170.259 atendimentos com quadro respiratório, sendo 79.482 suspeitos de covid-19.
A SMS destinou parte dos leitos do Hospital Municipal da Brasilândia para o acolhimento e tratamento dos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (Srags) na cidade. A estratégia da gestão municipal é concentrar os pacientes em uma unidade para o devido acompanhamento e realizar o painel viral das pessoas internadas, contribuindo para a identificação da cepa viral de influenza, entre outros vírus, que circulam na capital.
Desde sábado (18), os pacientes diagnosticados com as síndromes respiratórias e que necessitam de internação já estão sendo transferidos para essa unidade hospitalar. O HM Brasilândia conta com 406 leitos, dos quais 258 serão destinados aos pacientes com Srag, sendo 158 de enfermaria e 100 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além disso, a rede municipal está contratando 280 profissionais de saúde e instalando tendas em UPAs e AMAs para agilizar a triagem e atendimento da população
Devido ao aumento dos vírus respiratórios, dentre eles, a influenza, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da capital enviou, no dia 17 de dezembro, ofício ao Ministério da Saúde (MS) e Secretaria de Estado da Saúde (SES) solicitando mais doses da vacina contra influenza à cidade de São Paulo. Por se tratar de uma campanha com período delimitado, não há previsão para reposição dos estoques.
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