Publicado em 01/03/2022 às 10h15
por Redação/via G1
Dois anos após o primeiro caso de Covid-19 registrado em São Paulo, é possível dizer que a pandemia afetou, e ainda afeta, a vida dos paulistanos de forma desigual. Ao priorizar, a princípio, a população mais velha, a campanha de vacinação favoreceu bairros com mais renda e menos impactados pela Covid (relembre a matéria). Esse dado é do LabCidade, laboratório da USP que acompanha políticas públicas em São Paulo. Consequentemente, em regiões mais extremas da cidade, a taxa de mortalidade por Covid chegou a ser cinco vezes maior em comparação aos bairros mais centrais da capital.
Levando em conta a média de mortes por 100 mil habitantes, o distrito de Iguatemi, na zona leste, registrou uma taxa de mortalidade de 3,9 – três vezes maior do que a registrada em Pinheiros. Entre março e abril de 2021, essa diferença aumentou ainda mais, chegando a 4,9, índice cinco vezes maior em comparação ao bairro de Perdizes. Esses números evidenciam que há, sim, uma relação entre a condição social e a taxa de mortalidade. Afinal, em bairros mais periféricos, o “fique em casa” não era possível para a população, principalmente antes da vacina. Para muitos trabalhadores, o isolamento social ainda não é uma opção.
Apesar das desigualdades vivenciadas ao longo da pandemia, a Prefeitura de São Paulo ressalta que a política de combate à Covid-19 visa atender a população que mais necessita de ajuda, o que reflete em uma maior oferta de serviços em regiões periféricas.
Adicione Comentário