Publicado às 10h15
Por Cristina Braga
Com o objetivo de promover a sua arte e cultura e também a conscientização de moradores do entorno do parque, a se familiarizarem e reconhecerem a originalidade das Terras Guarani da região, o festival reúne entre os dias 14 e 15 , respectivamente, sábado e domingo , mostra de filme, encontro de pagés e lideranças, shows, artesanato e comidas típicas.
História de Resistência
O Povo Guarani M’bya há muitos anos vem lutando pela demarcação de suas terras, neste caso específico a Terra Indígena [T.I.] Jaraguá. Em maio de 2015, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo assinou uma portaria que declarava a área ocupada por Guarani no Jaraguá, em São Paulo, como Terra Indígena Jaraguá, reconhecendo através de estudos antropológicos e criação de um grupo de trabalho uma área de 532 hectares de terras de ocupação tradicional do povo Guarani M’bya.
Em 2017, enquanto os Guarani aguardavam, desde a publicação da portaria, a homologação dessas terras pelo Presidente da República, eis que foram surpreendidos com uma nova portaria, do atual Ministro da Justiça, Torquato Jardim, anulando a portaria anterior, fundamentando pela primeira vez na história da constituição brasileira, uma revogação de portaria de demarcação de Terra Indígena, através de uma nova Portaria Declaratória de nº 683.
“Desde então estamos na luta para conseguir reverter este processo, agora em 2018, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu a portaria 683 por uma decisão liminar, isso foi uma vitória pra nós da T.I. Jaraguá.”, afirma David Karai Popygua, liderança da TI Jaraguá. Porém um agravo de instrumento foi interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo no processo da TI Jaraguá, colocando, mais uma vez, em estado de alerta a luta pela originalidade dessas terras.
Em meio a mais esta dificuldade que a comunidade indígena do Jaraguá vem sofrendo, este festival é um pedido de atenção da população para o povo guarani M’Bya, ela proteção das matas, rios e animais da região, pela dignidade de um povo que vive em luta pela preservação da sua cultura e modo de vida tradicional. “O Festival é para que as pessoas venham e possam somar junto com a gente, a comunidade necessita que hoje a gente some forças, entre parceiros, comunidade negra, rappers, músicos, ativistas e todos que queiram se unir a nós em prol de um bem viver, com dignidade, sanidade e justiça.”afirma Sônia Barbosa, liderança da TI Jaraguá.
Programação.
ABERTURA DO FESTIVAL
10h30 – 11h
KARIRI-XOCÓ
apresentação do toré, tradição milenar de canto e dança.
11h – 12h
Encontro de Pajés e Lideranças.
TRADIÇÃO E CULTURA GUARANI
12h – 12h30
Coral das Crianças da Aldeia Pyau
T.I. Jaraguá
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SHOWS& PERFORMANCES
12h30 – 20h
DON NEGRALLA
JAH DARTANHÃ
DJ TUDO
DANÇA XONDARO
WERA MC + XONDAROS MC
MICHEL SOLAR SOUL + DJ ALQUIMIX
CURUMIN
SOMBRA [SNJ] + SENZALA HIGH TECH
RZO + Lançamento do Video Clipe PEMOMBA EME
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MOSTRA DE FILME
20h15 – 21h30
PARA’I
longa metragem, conta história de Para, uma menina Guarani que encontra uma espiga de
milho Guarani tradicional, que nunca havia visto. Encenado pelos moradores da comunidade.
Direção Vinicius Toro
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DIA 15 ( domingo).
11h – 12h30
Encontro de Pajés e Lideranças.
Roda de conversa CIMI, ISA e CTI
apresentação do panorama geográfico dos conflitos de demarcação de terras
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TRADIÇÃO E CULTURA GUARANI
12h30 – 13h
Coral das Crianças da Aldeia Pyau
T.I. Jaraguá
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SHOWS & PERFORMANCES
13h – 17h30
GRUPO GUERREIROS DE SENZALA
DINHO NASCIMENTO e ORQUESTRA DE BERIMBAUS DO MORRO DO QUEROSENE
DANÇA XONDARO
OZ GUARANI + CONVIDADOS + DJ ISMAEL
DJ KL JAY
Z’AFRICA BRASIL + Lançamento do Video Clipe PEMOMBA EME
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COMO CHEGAR
via Transporte Público
partindo da Estação Barra Funda ou da Estação da Luz
seguir para Estação de Trem Vila Clarice – linha 7, Rubi [CPTM]
a estação fica há 2 km de distância do Parque, 20 min caminhando
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