Publicado às 8h50
Folha de SP
A mignon Alicia Vikander pode interpretar a heroína de games Lara Croft com o mesmo resultado do mulherão Angelina Jolie? Resumindo o novo filme da franquia “Tomb Raider” a esse duelo, é possível dizer que a nova atriz passa no teste com dignidade.
“Tomb Raider: A Origem” é um filme de ação eficiente, com doses equilibradas de aventura, charme e cenas completamente impossíveis de serem levadas a sério.
O roteiro tenta até encaixar a personagem em situações nas quais seu físico diminuto não tenha relevância. Mas, se tudo fosse, digamos, “real”, Alicia iria para o hospital com múltiplas fraturas antes de meia hora de narrativa.
A ideia de contar a origem da personagem é bem sacada, porque permite a aparição de uma Lara Croft inexperiente, ainda aprendendo a brigar e se virar em situações de perigo. No início do filme, ela é apenas uma garota londrina que faz entregas de bicicleta e luta full contact nas horas vagas. E nem luta tão bem assim.
Na verdade, ela é herdeira de um pai bilionário que dividiu sua vida entre negócios e aventuras intrépidas na arqueologia. Por sinal, o clima de “Indiana Jones” é mais acentuado e bem encaixado aqui do que nos dois filmes com Angelina Jolie, em 2001 e 2003.
Lara descobre que o pai, dado como morto, pode estar numa ilha próxima ao Japão, preso numa cripta a entidade Himiko, uma deusa da morte.
Chegando lá, ela encontra um grupo de mercenários em busca do túmulo. O ator Walton Goggins, de “Os Oito Odiados”, é ponto fraco como Vogel, um vilão caricato demais.
O fato de o pai dela ainda estar vivo é tão óbvio que nem chega a ser spoiler. Na segunda metade do filme, pai e filha vão enfrentar juntos Vogel e seus capangas para impedir que os malvados tenham acesso ao poder destrutivo que papai Croft atribui à deusa adormecida.
Depois de Indiana Jones, não sobram surpresas para uma história dessas. A melhor atitude é acompanhá-la com a lógica de videogame. Os Croft e os bandidos vão ter de passar por vários apuros, como as fases de um jogo eletrônico.
A sueca Alicia Vikander, Oscar de atriz coadjuvante com “A Garota Dinamarquesa” (2015), tem dotes dramáticos para elevar algumas cenas além do universo rasteiro de uma personagem de game. É uma boa retomada da franquia da destemida Lara Croft.
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