Publicado às 9h40
Folha de SP
Novo protesto do MPL (Movimento Passe Livre) terminou em vandalismo, na noite desta quarta-feira (17), na região do largo da Batata, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Ao menos duas agências bancárias tiveram os vidros quebrados e ruas foram fechadas por entulhos.
A Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral contra a multidão e três menores foram apreendidos. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os jovens estavam com pedaços de madeira e pedras nas mochilas. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros).
A manifestação contra o aumento das tarifas pretendia seguir em caminhada até a casa do prefeito da cidade, João Doria (PSDB), mas foi impedida por bloqueios da PM. O grupo então se concentrou no cruzamento das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Cidade Jardim, no Jardim Europa (zona oeste).
O protesto, que começou por volta das 19h, seguiu em caminhada pacífica até o largo da Batata. A PM tentou negociar a liberação de pelo menos um das faixas para liberar o fluxo de veículos, mas o MPL não atendeu ao pedido. Estimativa da GCM (Guarda Civil Metropolitana), apontam que cerca de 420 pessoas participaram do ato.
A confusão começou quando o ato já se encerrava. Alguns manifestantes quebraram vidros de estabelecimentos e pontos de ônibus, danificaram carros, amassaram lixeiras e atiraram lixo nas ruas. Segundo a polícia, houve depredações também na estação Pinheiros do metrô e no terminal de ônibus de Pinheiros, além de pichações na estação Faria Lima. A polícia respondeu com bombas de efeito moral.
Na última quinta-feira (11), uma outra manifestação convocada pelo MPL terminou em confusão e enfrentamento com a polícia. Na ocasião, um grupo tentou entrar na estação Brás do trem e metrô e, segundo os organizadores, foi impedido pela PM. Alguns conseguiram furar o bloqueio e chegaram a pular as catracas. Coquetel molotov foi jogado em direção aos PMs, que passaram a responder com bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha.
As tarifas subiram de R$ 3,80 para R$ 4 no último domingo (7). O reajuste, de 5,26% –abaixo da inflação–, foi anunciado de forma conjunta pelas gestões do prefeito João Doria e do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, ainda em dezembro de 2017.
CONGELADA EM 2017
Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.
O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da “tarifa zero”, defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expressão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20, na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o país depois do aumento da repressão policial aos protestos.
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