Publicado em 02/09/2022 às 9h30
por Redação
O que Perus, Jaraguá, Cidade Tiradentes e Campo Limpo têm em comum? A população desses bairros periféricos compartilha uma mesma dificuldade: a de acessar equipamentos públicos de cultura. O tema foi debatido junto aos moradores dessas regiões em audiências públicas promovidas pela Subcomissão de Cultura da Câmara Municipal. Por aqui, o debate ocorreu no dia 11 de agosto na sede da Associação Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, com a presença da população, da Subprefeitura Pirituba/Jaraguá e de representantes locais. O resultado desses debates virou pauta na Subcomissão de Cultura na última quinta, 1 de setembro, numa reunião que se propôs a analisar as devolutivas.
Na audiência de Perus sobre a realidade cultural da zona noroeste foram discutidos temas como o Plano Diretor e a regulamentação do TICP (Território da Cultura e da Paisagem) Perus/Jaraguá, além de questões patrimoniais junto à Secretaria Municipal de Cultura. Também foram colhidas denúncias como o fechamento do Ponto de Leitura do Parque Anhanguera e a falta de repasse de recursos por parte da Secretaria para a Casa do Hip-Hop e Ocupação Canhoba. A comunidade ainda solicitou a alteração do nome da Biblioteca Padre José Anchieta, em Perus, para “José Soró”, em homenagem ao militante da região.
Pontos em comum
A Subcomissão de Cultura da Câmara Municipal, ao analisar as devolutivas, observou que as zonas noroeste, leste e sul têm pontos em comum, ou seja, demandas que se repetem em pontos diferentes da capital. A primeira delas é a burocratização, que dificulta a contratação artística de grupos e artistas por parte da SMC. Faltam também “transparência nos repasses orçamentários” e “mecanismos de mapeamento dos artistas e grupos culturais dentro dos territórios”. Houve ainda denúncia de politicagem e contratação de “amigos dos amigos”. Entre as reivindicações, a principal é para que sejam destinados recursos às ocupações culturais e aos espaços independentes dos bairros. A população também quer colaborar com a programação cultural e teme pela possível “terceirização” das Casas de Cultura.
“Em todos esses espaços, a gente ouviu da população que tem muita dificuldade de utilização dos equipamentos públicos de cultura e muita dificuldade também de contratação dos artistas locais por esses equipamentos. Isso demonstra uma dificuldade de circulação e distribuição da arte na periferia para as pessoas que moram nas periferias, e isso tem sido uma preocupação importante aqui”, resume a presidente da Subcomissão e vereadora Elaine do Quilombo Periférico.
Adicione Comentário