Publicado às 8h50
Jornal Agora
Os registros de casos de agressão entre ambulantes e seguranças (funcionários e terceirizados) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) cresceram embalados pelo aumento no número de apreensões realizadas nos trens e estações da companhia no primeiro bimestre de 2019.
Segundo levantamento do Agora, baseado em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, foram 13.073 retenções realizadas em janeiro e fevereiro por agentes da companhia. Em igual período de 2018, foram 8.295 _aumento de 57,6%.
Segundo o Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo, o motivo é a estratégia da nova gestão. “Agora as ações de funcionários e terceirizados à paisana ocorrem diariamente, e não a cada 15 dias, como antigamente. O que é ilegal, já que é contra a lei que esses trabalhadores exerçam suas funções sem o uniforme de segurança terceirizado ou o da CPTM”, diz Maurício Almeida Matos, vice presidente do sindicato.
“O problema é que depois de trabalharem sem o uniforme, esses funcionários são reconhecidos em outro momento e acabam sofrendo agressões dos ambulantes. Cansamos de denunciar à Polícia Federal essas condições de trabalho, mas ninguém nunca faz nada. Falamos muitas vezes com a CPTM também. Os funcionários temem perder o trabalho e acabam nessa situação. Se um dia alguém morrer, acho que alguma coisa muda e param com essa história de à paisana”, completa Maurício.
Em fevereiro, depois do aumento na fiscalização, um segurança da CPTM foi agredido na estação Santa Terezinha, na linha 8-diamante, em Carapicuíba (Grande SP).
Resposta
Em nota, a CPTM afirma que a atuação está respaldada no decreto federal 1.832. Fala também que a venda ilegal nos vagões é combatida, principalmente, pelo fato dos produtos comercializados não terem origem de procedência.
“Para coibir o comércio irregular, diariamente, as equipes de segurança promovem rondas nos trens e estações. Além dos transtornos aos passageiros, a prática é associada ao cometimento de outros crimes como contrabando, roubo de cargas, furtos e comércio de drogas”, afirma.
Sobre o não uso dos uniformes nas ações, a CPTM não se pronunciou. “Além de ampliarmos a fiscalização contra o comércio ilegal, também intensificamos os avisos públicos nos trens e estações e as campanhas nas redes sociais, alertando sobre os riscos da compra dos produtos comercializados irregularmente e aumentando assim o número de retenções”, diz.
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