Publicado às 9h45
G1 São Paulo
Os bombeiros de São Paulo vão deixar de receber R$ 68 milhões este ano da prefeitura da capital paulista. O repasse dessa verba estava previsto em um acordo, que vem desde a década de 1970.
O estado firma convênios com as prefeituras das cidades onde há bases instaladas e divide as despesas dos bombeiros.
Nessa conta, o estado fica com a maior parte dos fastos, fornece pessoal, uniformes, treinamento e salários. Já o dinheiro do município é usado para comprar combustível, alimentação, pagar os serviços de manutenção e limpeza para construir ou alugar as bases para os bombeiros.
Em ofício assinado em 13 de fevereiro, o secretário de governo da capital, Mauro Ricardo, diz que em razão da severa restrição orçamentária que passa o município, o tesouro municipal não poderá mais arcar com as despesas dos bombeiros cujas ações são destinadas à prevenção e extinção de incêndios, busca e salvamento e socorros diversos.
Depois, a Prefeitura informou ao SP2 que está negociando com o governo para que o estado assuma integralmente os custos dos bombeiros e que, se não houver essa possibilidade, a prefeitura continuará contribuindo.
A notícia do corte da verba chegou primeiro à Secretaria da Segurança Pública já que o Corpo de Bombeiros é ligado à Polícia Militar, subordinada ao governo estadual.
Nos quartéis, a preocupação é com o combustível para os carros e caminhões dos bombeiros, aluguel e limpeza dos espaços e a alimentação dos bombeiros de plantão, custeados com as verbas municipais.
O convênio assinado em 2009 pelo então prefeito Gilberto Kassab e o governo do estado era válido por 30 anos, mas poderia ser cancelado a qualquer momento por uma das partes com aviso prévio de seis meses, o que a prefeitura cumpriu.
Orçamento
A Prefeitura tem um orçamento de R$ 60,5 bilhões para este ano, quase 10% a mais do que em 2018. Um relatório dos vereadores que acompanham o orçamento aponta que a cidade aumentou a arrecadação de impostos no ano passado: 6,5% a mais com IPTU, quase 4% a mais com ITBI e 7% a mais com ISS.
No ano passado, os bombeiros atenderam a 100 mil emergências só na capital, são 273 ocorrências por dia. Com R$ 68 milhões a menos, a corporação diz que o serviço prestado à população poderá ser afetado.
“Quando você tem um serviço que ele não é executado, por exemplo, o abastecimento das viaturas, uma manutenção de viaturas, certamente pode prejudicar o atendimento do Corpo de Bombeiros. Isso não está acontecendo e a gente tem certeza que a situação vai ser remediada pra que a gente tenha o atendimento normalizado”, afirmou Capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
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