Publicado às 8h50
Folha de SP
Técnicos da gestão Bruno Covas (PSDB) trabalham com a estimativa de que as obras de recuperação do viaduto que cedeu na marginal Pinheiros levem em torno de seis meses para a conclusão total. A liberação ao tráfego de veículos, porém, deve ser feita antes e de forma gradual.
O viaduto na zona oeste cedeu cerca de dois metros na madrugada do feriado de 15 de novembro. A administração precisará usar estacas de ferro na base de sustentação da estrutura e vai erguê-la usando macaco hidráulico. Ainda serão feitos reforços no viaduto.
O contrato emergencial foi feito com a empresa JZ Engenharia e Comércio, com prazo de seis meses, de acordo com publicação no Diário Oficial da Cidade desta quinta-feira (22).
Antes desse prazo, porém, a prefeitura quer fazer a liberação gradual da estrutura, restringindo faixas e evitando que veículos pesados trafeguem por ali. Ônibus e caminhões teriam de circular em vias alternativas.
O prazo para início da liberação para veículos ainda depende de diagnósticos que estão sendo feitos nesta semana. No entanto, técnicos municipais ouvidos pela Folha afirmam que dificilmente o processo de abertura comece a ser feito antes do período de um mês.
A marginal Pinheiros é a segunda via mais movimentada de São Paulo, atrás apenas da Tietê, e liga a cidade a diferentes rodovias e avenidas.
Em apenas uma hora na marginal, no pico de tráfego, 13 mil veículos passam pelas oito faixas da marginal, incluindo a pista local. No momento, cinco dessas faixas estão interditadas.
Sem o viaduto, a cidade segue com congestionamentos na região do viaduto.
Do ponto de vista da obra, engenheiros da prefeitura consideram que o mais difícil passou, uma vez que agora o risco de a estrutura ruir foi afastado.
Até o momento, não se sabe o motivo da ruptura —que não feriu ninguém, mas danificou carros que passavam pelo local.
A administração municipal não tem o projeto original da estrutura, que foi projetada e construída na década de 1970 por meio de um convênio com a Fepasa (empresa que administrava as ferrovias do estado).
Nesta quinta, a gestão Covas colocou dez estacas para escorar o viaduto. Agora, será possível colocar os macacos hidráulicos com objetivo de elevar a estrutura.
Com a viga transversal aliviada, poderão ser feitos os reforços e reparos no viaduto.
A prefeitura também atua junto ao TCM (Tribunal de Contas do Município) para conseguir aval para a contratação emergencial de um estudo sobre a situação dos 198 viadutos e pontes da capital paulista.
A prefeitura é alvo de cobranças pelo Ministério Público para reformar pontes e viadutos há anos.
O assunto se tornou uma prioridade para o prefeito Bruno Covas, que decidiu tirar o atraso da cidade neste quesito. Antes do acidente, porém, os gastos com este fim não chegaram nem perto do previsto.
A administração municipal reservou R$ 44,7 milhões para recuperação e reforço de viadutos e pontes no Orçamento deste ano. A menos de um mês e meio do final do ano, gastou até agora apenas R$ 2,4 milhões, o equivalente a 5,3% do previsto.
Em outras áreas como publicidade, por exemplo, a gestão gastou 64% do previsto — R$ 67 milhões de R$ 105 milhões orçados.

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