Publicado às 9h20
Folha de SP
Os professores das escolas municipais da capital paulista entraram em greve contra a reforma da Previdência da Prefeitura de São Paulo proposta pela gestão João Doria (PSDB). A paralisação inclui profissionais de educação, como gestores e funcionários do quadro de apoio das escolas, e foi aprovada em assembleia realizada nesta quinta (9).
Segundo o Sinpeem (Sindicado dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), a greve vai até a próxima quinta-feira (15), às 15h, quando será realizada uma nova assembleia da categoria em frente à Câmara Municipal.
Nesse dia, os vereadores farão uma audiência pública para discutir o projeto de lei que muda a Previdência. A proposta aumenta de 11% para 14% a participação de todos os servidores municipais na Previdência, além de criar uma contribuição suplementar que varia de 1% a 5%, dependendo de qual for o salário.
Nesta quinta, professores e profissionais da rede municipal de educação fizeram um protesto contra a reforma da Previdência. Várias escolas não tiveram aula. Segundo o Sinpeem, em cerca de 1.100 escolas municipais, do total de 1.600, a adesão ao protesto foi de 70% a 100%. Nas demais unidades, a paralisação foi de 15% a 50%.
A Secretaria Municipal de Educação disse que nas mais de 1.500 unidades com gestão indireta o funcionamento foi normal. Nas escolas de gestão direta, 6% abriram normalmente, 44% parcialmente e 50% foram paralisadas totalmente. A secretaria afirmou que as aulas perdidas serão repostas.
A orientação da secretaria é que os pais devem verificar com a direção da escola se haverá aula ou não. Também recomendou que as escolas recebam os alunos.
A gestão Doria informou que o projeto é importante para garantir que os servidores recebam os seus direitos integralmente no futuro.
A assembleia desta quinta foi a segunda realizada pela categoria neste ano. A primeira aconteceu no dia 19 de fevereiro e foi seguida de um protesto. Além de ser contra a reforma da Previdência de Doria, era contra a do presidente Michel Temer (MDB), enterrada após a intervenção federal na segurança do Rio.
São Paulo tem 80 mil profissionais na rede de ensino. “Não temos o receio de dizer que nosso movimento é político. Não existe movimento mais nobre do que defender a dignidade dos trabalhadores”, disse o Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem.
SAÚDE
Médicos que atendem na rede municipal de saúde também fizeram protesto nesta quinta contra a reforma na Previdência proposta pela gestão Doria.
Segundo o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), houve paralisação dos servidores em ao menos 17 unidades de saúde da cidade. Os atendimentos de urgência e de emergência não foram prejudicados.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que houve algumas paralisações e que as consultas canceladas foram reagendadas.
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