Publicado às 9h30
Por Cristina Braga
Décadas atrás, quem não era morador do bairro questionava se Pirituba era uma cidade. Era comum ouvir: “mora na cidade de Pirituba?”. Hoje, de fato, se pode dizer que numa área de 17,10 quilômetros quadrados habitam mais de 200 mil pessoas.
Recordações de um bairro ainda bucólico tem o morador piritubano Alcir Pompone, de 67 anos, que mantém
uma página em rede social com fotos antigas de Pirituba, como a da ponte de madeira que atravessava para ir à
escola na Vila Anastácio, “com suas tábuas soltas que davam medo”; do Largo da Briga, onde ocorriam as desavenças por causa do futebol; e da boiada que chegava de trem e percorria as ruas em direção ao frigorífico Armour. “Espero que a Ponte da Raimundo possa facilitar o acesso ao bairro da Lapa, como tínhamos com a ponte de ferro, erguida pela ferrovia”, lembra saudoso.
O distrito de Pirituba leva este nome por sua origem indígena e significa “abundância de vegetação”. Atualmente,
é a segunda maior área verde da capital paulista, perdendo apenas para Parelheiros. Curiosamente, as duas pontas da cidade também têm reserva guarani.
De olho em atrativos como este “selo verde”, o bairro cresce na vertical em ritmo acelerado. Receberá 56 torres
de apartamentos da MRV Construtora na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, sendo que as quatro primeiras serão entregues ainda neste primeiro semestre, além de outras quatro no entorno do Terminal Pirituba e 17 no bairro da Santa Mônica.
Em um terreno de 2,8 milhões de metros quadrados, a Cia City projeta um bairro com possível parceria com
a construtora MRV. Daí a tão esperada Ponte da Raimundo para desafogar a saída dos moradores do local.
Antônio Sergio Contente, corretor de imóveis e estudioso do mercado imobiliário, explica que “muitos moradores do próprio bairro querem se mudar para unidades novas, seu primeiro apartamento. Entretanto, daqui a pouco, teremos que repensar o planejamento urbano por conta do fluxo de trânsito já estrangulado e da infraestrutura”, avalia.
Já Leonardo Ramos, vice-superintendente da Distrital Noroeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP),
afi rma que as grandes redes olham para Pirituba com boas expectativas de futuro e de investimentos. “Se observarmos hoje, já temos um comércio bastante dinâmico e um setor de serviços em crescimento e dinamização. Por tudo isso, os empreendedores estão preparados para o futuro e para o crescimento”, enfatiza.
Áreas verdes preservadas
Com a crescente oferta e procura imobiliária na região, o adensamento populacional é um fato que gera consequentes impactos para o território e suas áreas verdes. “É de suma importância que a qualidade ambiental dessas áreas seja considerada e mantida durante esse crescimento populacional”, avaliam Valter de Lima e Amanda Loshiavo, gestores ambientais.
Espera-se que a atual transição de privatizações em parques municipais da cidade de São Paulo seja feita de forma a trazer melhorias aos espaços e qualidade de vida à população.
Na região, estão na lista de edital os parques Jacintho Alberto e Jardim Felicidade. “A busca por melhorias
na questão ambiental não tem que partir somente do poder público ou da população. A gestão e preservação
ambiental devem ser feitas de forma consciente para que as futuras gerações tenham a mesma qualidade que
se possa desfrutar”, dizem os gestores.
Não ficou claro pra mim o que quis dizer . “A busca por melhorias
na questão ambiental não tem que partir somente do poder público ou da população. A gestão e preservação
ambiental devem ser feitas de forma consciente para que as futuras gerações tenham a mesma qualidade que
se possa desfrutar”, dizem os gestores.