Publicado às 9h10
Agora
São Paulo vive uma explosão de registros de conjuntivite. Até 14 de maio, a capital teve 161 surtos —quando dois ou mais pacientes são diagnosticados no mesmo local e intervalo de tempo—, que somaram 684 casos.
No mesmo período do ano passado, foram notificados 26 surtos com 102 casos. O aumento foi de 519% e 570%, respectivamente, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB).
São notificados à prefeitura apenas os casos de surtos da doença, e não ocorrências individuais em que não há contágio de uma segunda pessoa, o que mostra que o número real de infectados pode ser bem maior.
Conjuntivite
Minoru Fujii, oftalmologista do Hospital Cema, afirma que os dias de calor prolongados mesmo durante o outono explicam o aumento. O vírus, diz ele, se prolifera em aglomerações, e muitas pessoas buscaram mais as piscinas, praias e até bares num período fora do comum.
“Com o calor, uma criança vai mais à piscina, por exemplo, que é um local em que há contaminação, pois o vírus fica vivo. Entra em contato, é contaminada e passa a doença adiante.”
Outro motivo, segundo Rosa Maria Dias Nakazaki, diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Covisa (Coordenaria de Vigilância em Saúde do município), é que o vírus é sazonal: há anos com muitos casos, outros com menos.
“Tivemos um surto enorme em 2011, quando foram registrados 400 mil casos na capital”, diz. Ela afirma que funcionários dos postos de saúde foram treinados e orientados sobre a importância de notificar os casos atendidos. “Quando vimos que os números estavam aumentando, fizemos esse alerta para tentar evitar a proliferação do vírus.”
O que fazer
Fujii explica que quem tiver sintomas, como olhos avermelhados e secreções, deve ir ao médico para iniciar o tratamento. “Em geral é bem simples, com aplicação de colírios indicados. O paciente também deve ser isolado para evitar a contaminação de outras pessoas”, afirma.
Lavar as mãos com frequência, mesmo que seja com álcool em gel, é a dica unânime dos especialistas para evitar a transmissão.
Para aliviar as dores nos olhos em caso de contágio, a oftalmologista Lisia Aoki, do Hospital das Clínicas, recomenda compressas frias e colírios lubrificantes. “Mas é fundamental sempre consultar um especialista.”
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