Publicado às 10h10
Folha de São Paulo
Dois meses após remover mais de 160 famílias do entorno da cracolândia (região central) para uma obra que já tem ao menos quatro anos de atraso, a construção do Hospital Pérola Byington está mais uma vez parada.
Desde a última semana, não há no canteiro de obras, que demole os imóveis da quadra, nem homens trabalhando nem maquinário, segundo relataram moradores da região da cracolândia e operários da construção.
A paralisação foi constatada pela reportagem na manhã de ontem (4).
Funcionários relataram que foram orientados de que a obra não voltaria antes de agosto.
A obra é considerada polêmica porque moradores, Defensoria Pública e Promotoria acusam o governo de não ter cumprido o rito necessário para a remoção de famílias e demolição dos imóveis –o estado nega.
Desocupação da cracolândia
O governo estadual diz que a paralisação é momentânea e que assim que for resolvida a situação dos últimos moradores que ainda estão na quadra, o canteiro volta a operar “imediatamente”.
Segundo Ricardo Tardelli, coordenador de implantação da PPP (parceria público-privada), que responde pelo governo estadual, “tão logo” ocorrer a desocupação do último imóvel, “a gente procede a demolição imediatamente”.
“É uma situação que tem que ser ágil. É interesse da secretaria, assim como da construtora”, diz. Tardelli nega que as implicações de Roberto Capobianco na Lava Jato tenham relação com a paralisação.
“Para nós continua tudo normal”, diz.
“A parte da concessionária, que é a construtora, tem sido correta, não tem nenhum problema.” A Construcap preferiu não se manifestar.
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