REGIONAL

Moradores da zona noroeste se mobilizam pela recuperação do lago do Parque Toronto

Publicado em 25/01/2022 às 10h30

por Redação/Priscila Perez

Passar um domingo ensolarado no Parque Cidade de Toronto era sinônimo de lazer e muita pescaria para os piritubanos. Porém, as águas que um dia reuniram famílias em suas margens já não ostentam tantos peixes como antigamente. A sobrevivência deles e de outros animais está em risco, assim como a própria existência do lago – hoje tomado por plantas aquáticas que se proliferam com rapidez, ainda mais em períodos chuvosos.

Foto: Reprodução/Eliseu Gabriel

Preocupados com o futuro do parque, moradores da zona noroeste, principalmente do bairro City América, se mobilizaram para garantir que o lago não seja engolido pelo mato e desapareça em um futuro não tão distante. Em favor da sua preservação, organizaram um abaixo-assinado, que reuniu até então quase dez mil assinaturas, para cobrar da Gestão Ricardo Nunes a urgente recuperação da área verde. “O lago do Parque Toronto está no seu fim se não houver, urgentemente, uma atenção de seu patrono que é responsável por ele. Infelizmente, já foram feitos pedidos e denúncias para a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, alertando sobre a falta de manutenção e limpeza do lago, porém nada foi feito até o momento. Há muito mato, sujeira, e a água está diminuindo”, destaca a petição virtual.

No texto, a comunidade alerta sobre a atual situação das águas, que estão cobertas por mato e sujeira. O impacto ambiental dessa combinação, sem a devida interferência da Prefeitura nos últimos dois anos, “tem sido brutal e está impactando na sobrevivência dos peixes”. A carpa, por exemplo, que é conhecida por sua capacidade filtradora, já que se alimenta de plâncton e vegetação indesejada, foi a primeira a desaparecer do local por ser um peixe mais frágil, dada a poluição do lago.

Foto: Reprodução

Além disso, há a questão do assoreamento, que implica no acúmulo de terra, lixo e matéria orgânica no fundo da lagoa, um prato cheio para a proliferação de plantas aquáticas na superfície. Quanto à sujeira encrostada no lago, acredita-se que é oriunda de um córrego, que estaria despejando “resíduos que prejudicam a fauna e flora locais”, e resultado da falta de manutenção preventiva e reparadora no parque.

Ainda sobre essa questão, em vistoria recente, a Sabesp verificou que os sistemas de esgoto localizados no entorno do parque, na Avenida Cardeal Motta, em Pirituba, estão funcionando normalmente e que não há nenhum vazamento relacionado à Companhia. Contudo, é preciso descobrir de onde vem essa contaminação: se é do próprio córrego que desemboca no lago ou de alguma moradia irregular do entorno. Em entrevista à FN, o vereador Eliseu Gabriel destacou que irá mobilizar a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp para desvendar a origem desse lixo que chega ao parque. “Isso precisa ser feito e dá para fazer. Precisamos saber com certeza de onde vem e como podemos impedir [o lixo] de chegar ao lago. Um exemplo disso, que precisa ser verificado, é a grade de contenção instalada junto ao córrego que vai até lá. Ela impediria a passagem de objetos sólidos, como garrafas pet. Precisamos averiguar se essa grade está quebrada ou não, mas provavelmente deve estar destruída.”

Foto: Reprodução

Reforço

O vereador esteve no Parque Toronto na última sexta-feira, 21 de janeiro, para verificar de perto essa grave situação. E como reforço à reivindicação popular, encaminhou na segunda-feira, 24, um ofício à Secretaria do Verde e Meio Ambiente manifestando sua intenção de dedicar uma nova emenda parlamentar (a primeira foi destinada à reforma da ponte, porém apenas metade da verba foi utilizada para esse fim; a outra parte serviu para estudos de desassoreamento) para viabilizar a elaboração de um projeto conceitual capaz de superar os desafios técnicos que a obra apresenta, como o próprio desassoreamento do lago, que não é uma tarefa simples. “É um problema complicadíssimo. Não adianta fazer o desassoreamento sem projeto, sem nada. Não é somente chegar e colocar uma draga na beira do lago. Para fazer o desassoreamento, precisamos de projeto, um estudo de como pode ser feito, até porque existem vidas silvestre ali. É um processo delicado”, reflete Eliseu. Segundo ele, os animais que frequentam o parque (e, infelizmente, já são em menor número), além da própria vegetação local, precisam ser levados em conta nessa equação. Por isso, a importância de se desenvolver um projeto adequado às necessidades do parque, que detalhe toda essa intricada logística em favor de sua preservação. Do contrário, o problema pode evoluir para um desastre ambiental.

Foto: Reprodução

SVMA responde

Após o apelo da comunidade, a FN entrou em contato com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente para saber quais ações serão realizadas no parque para evitar o desaparecimento do lago. Em nota, a pasta disse ter “solicitado propostas de desassoreamento para empresas técnicas especializadas”. Além disso, afirma que técnicos da SVMA estão elaborando um plano de ação para apresentar à comunidade, a fim de não causar impacto à fauna silvestre local. Esta questão, segundo a secretaria, necessita de uma solução viável, já que “a retirada de sedimento e das macrófitas neste momento pode implicar na remoção e destruição de ninhos e dos berçários naturais de dezenas de espécies”.

Foto: Reprodução

Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, informa que foi realizada a batimetria para verificar a profundidade do lago do Parque Cidade de Toronto e solicitadas propostas de desassoreamento para empresas técnicas especializadas. Foram constatadas duas grandes limitações para desassorear o lago, que podem impactar na fauna silvestre da região. A primeira é a grande quantidade de sítios de nidificação, bem como ambientes particulares onde esses animais vivem. De agosto a abril é o período de reprodução dos animais silvestres na cidade, que utilizam os parques como locais de abrigo e reprodução. E a segunda é a ampla área necessária para secagem do sedimento. A retirada de sedimento e das macrófitas neste momento pode implicar na remoção e destruição de ninhos e dos berçários naturais de dezenas de espécies.

Na semana de 20/01, após fortes chuvas e onda intensa de calor, houve proliferação excessiva de macrófitas (plantas aquáticas) que cobriram parcialmente a superfície do lago. Trata-se de um fenômeno ambiental sazonal. A SVMA possui um Grupo Técnico de especialistas que está em busca de solução viável para o caso, a fim de não causar impacto à fauna, o que incorreria em infração ambiental prevista pela lei 9605/1998. Uma documentação técnica (Termo de Referência) para a remoção superficial de macrófitas está em elaboração, com acompanhamento da Divisão da Fauna Silvestre (DFS).

Atendendo demanda da população, foram realizadas diligências no local nos dias 20 e 24/01, esta última com a presença da Subprefeitura de Pirituba. Nas ocasiões, estiveram presentes técnicos da SVMA, o diretor da Divisão de Gestão de Parques Urbanos e a comitiva de moradores do entorno e usuários do Parque Cidade de Toronto, responsáveis por um abaixo-assinado em andamento. Em 19/01 a Sabesp realizou análise da água do lago, resultado que é aguardado no relatório que será entregue pela companhia. Os técnicos da SVMA estão elaborando um plano de ação para apresentar à comunidade.”

Folha Noroeste

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