Publicado em 27/11, às 10h30
Por Priscila Perez
Uma megaoperação foi realizada ontem, 26 de novembro, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) para verificar o atendimento e a utilização dos equipamentos em 299 unidades de saúde de São Paulo, entre hospitais, UPAs e UBSs. Cerca de 300 agentes estiveram envolvidos.
A fiscalização surpresa também chegou ao Hospital Geral de Taipas, na zona noroeste da capital, que recentemente foi motivo de polêmica devido à celebração de seus funcionários, durante o expediente, no Dia do Servidor Público. “Nossa intenção é ver se o cidadão está sendo bem atendido, se os aparelhos estão funcionando e se as pessoas estão conseguindo marcar as consultas”, disse o presidente do TCE, Antônio Roque Citadini.
Durante a vistoria, o que chamou mais a atenção da equipe foi o estado de conservação do mobiliário do hospital. Móveis, macas e camas foram encontrados em uma área exposta ao tempo, jogados no chão. Além disso, um tomógrafo encontra-se quebrado. Sobre o atendimento, já questionado pela população, o TCE ainda não revelou quais foram os problemas encontrados. Há apenas dados gerais sobre a operação. Em 37% das unidades visitadas, por exemplo, há equipamentos parados. “Nós vamos notificar todos; vamos notificar o diretor do hospital, o prefeito, quem for responsável e eles terão prazo de 15 dias para dizer como é que eles vão consertar”, salienta Citadini.
A operação fiscalizou fatores como qualidade do atendimento, satisfação do usuário, presença de médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, condições de armazenamento de medicamentos, condições físicas (limpeza, acessibilidade e conforto) e de equipamentos, além do descarte correto de resíduos hospitalares.
Os dados gerais, ainda preliminares, podem ser consultados aqui.
Roda de samba no Hospital de Taipas
Durante a festa, registrada em vídeo, quatro músicos tocavam pagode, enquanto os profissionais comiam e conversavam. A reunião não só revoltou a comunidade como virou caso de polícia. Segundo a conselheira do Hospital Geral de Taipas, Marlene Wentzel, as imagens foram compartilhadas no próprio dia e chegaram ao deputado estadual Bruno Lima (PSL), que conferiu o problema em seguida.
A conselheira, que também acompanhou o caso, destaca que “membros da diretoria da unidade confirmaram aos presentes que tinham autorizado a reunião entre seus funcionários – embora não tivessem assinado nenhum documento a respeito”. “A diretoria argumentou que o atendimento não foi prejudicado. Como assim? Tinha tanta gente na festa em pleno horário de trabalho que alguém deve ter ficado sem atendimento. E pior: eles sempre argumentam que o hospital não tem gente suficiente. Falta efetivo”, relata Marlene Wentzel.
O caso foi registrado no 74º DP (Parada de Taipas). Questionado, o Hospital Geral de Taipas, por meio da Secretaria Estadual da Saúde, afirma que a roda de samba não foi autorizada pela direção da unidade. A pasta também assegura que irá apurar os fatos internamente.
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